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CÉREBRO
Grupo sugere nova estratégia para atacar mal de Parkinson
DA REDAÇÃO
Um estudo do grupo de
neurocientistas do brasileiro
Miguel Nicolelis, da Universidade Duke, na Carolina do
Norte, sugere um novo caminho para tratar o mal de Parkinson. Seu trabalho analisa
o papel da dopamina -uma
das moléculas responsáveis
por transmitir impulsos nervosos- no controle dos movimentos, uma das funções
afetadas pela doença.
A descoberta contraria
teorias atuais sobre o Parkinson, caracterizado pela falta
de dopamina. Segundo eles,
essa molécula não é só um
neurotransmissor, pois também coordena um circuito
de neurônios motores.
"Imagine uma orquestra
executando uma bela sinfonia, com cada instrumento
tocando uma parte diferente,
mas em harmonia: é assim
que o cérebro funciona",
exemplifica Nicolelis. "Nós
descobrimos que, em um
modelo animal para Parkinson, neurônios parecem disparar todos ao mesmo tempo
e não em harmonia. É como
se os instrumentos tocassem
a mesma nota repetida e ao
mesmo tempo."
O estudo, publicado hoje
na revista "Neuron", complementa outra teoria de Nicolelis, que relaciona insônia
à falta de dopamina. As descobertas são fruto de experimentos com roedores geneticamente modificados desprovidos dessa molécula. Segundo Rui Costa, co-autor do
trabalho, deve haver um
meio de tratar Parkinson
com "intervenções terapêuticas que restaurem a sincronia normal desses circuitos"
usando drogas ou eletrodos.
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