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Comércio de agrotóxico cresce 21,6%
DA SUCURSAL DO RIO
A agricultura brasileira cresceu
e se modernizou na década de 90 e
passou a utilizar mais fertilizantes
e agrotóxicos. De acordo com o
IBGE, a quantidade de fertilizantes comercializada por área plantada cresceu 85,5% de 1992 a 2000.
O uso de agrotóxicos também subiu: 21,6% de 1997 a 2000.
O dado mais preocupante da
pesquisa é justamente aquele que
o IBGE não conseguiu aferir: não
se sabe, em nível nacional, em que
escala o produto que chega à mesa do consumidor está contaminado pelo uso errado dos pesticidas e fertilizantes.
No caso dos fertilizantes, a principal preocupação é com os impactos ambientais dos produtos
no ecossistema agrícola. O uso excessivo pode causar acidificação
dos solos, contaminação de reservatórios de água e eutrofização
(excesso de nutrientes na água,
que provoca o crescimento exagerado de organismos como algas).
Em 1992, foram comercializados 69,44 kg de fertilizantes por
hectare. Em 2000, essa quantidade cresceu para 128,83 kg/ha. No
caso dos agrotóxicos, o período
analisado foi de 1997, quando a
quantidade era de 2,27 kg/ha, a
2000, quando esse número subiu
para 2,76 kg/ha.
O aumento da utilização dos defensivos agrícolas nem sempre é
controlado pelos Estados. No ano
passado, por exemplo, a Agência
de Defesa Agropecuária da Bahia
implementou um sistema de monitoramento do uso do agrotóxico e análise dos produtos comercializados para o consumidor.
"A situação era preocupante.
Quando iniciamos as visitas a
agricultores cujos produtos tiveram alto índice de contaminação,
vimos trabalhadores com os pés
no agrotóxico, jogando o produto
em tomates que, dois ou três dias
depois, iriam direto para as centrais de abastecimento", diz José
Alberto Lira, diretor da agência.
Pesca
Um dado positivo que a pesquisa de Indicadores de Desenvolvimento Sustentável do IBGE traz é o aumento da aquicultura (criação de peixes controlada), em detrimento da pesca extrativa. A aquicultura, em tese, é mais eficiente e menos prejudicial ao ambiente, já que os peixes são criados para comercialização.
Em 1994, o Brasil produzia apenas 3,8 mil toneladas de peixes
por aquicultura. Em 1999, passou a 140,6 mil toneladas, um aumento de 3.600%. A pesca extrativa continua sendo o método mais comum, mas teve queda de 697,5
mil toneladas para 604 mil toneladas (redução de 13,4%).
(AG)
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