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BIOLOGIA
Descoberta pode diminuir transplantes no futuro
Células do sangue originam tecido do fígado em organismos adultos
ISABEL GERHARDT
DA REPORTAGEM LOCAL
Foi dado o primeiro passo para
a diminuição das filas de espera
para transplante de fígado. Cientistas britânicos detectaram a
produção de células hepáticas a
partir de células-tronco da medula óssea em adultos.
Células-tronco são células não-especializadas, capazes de dar origem a qualquer tipo de tecido. As
da medula óssea dão origem a células sanguíneas. O estudo mostra
pela primeira vez que elas são capazes de originar outro tipo de célula -células hepáticas- dentro
do organismo humano.
A descoberta abre caminho para que pessoas com algum tipo de
dano no fígado usem as próprias
células-tronco para produzir células hepáticas.
"No futuro, quando a produção
de tecido hepático se tornar uma
realidade, o número de transplantes poderá ser minimizado", disse
à Folha por e-mail Joe Jackson, do
Imperial College, em Londres,
um dos autores do estudo que sai
hoje na revista "Nature".
Masculino e feminino
A descoberta foi feita porque os
pesquisadores encontraram células de fígado "masculinas" em
mulheres que sofreram um transplante de medula óssea cujo doador havia sido um homem.
A análise de DNA dessas células
mostrou que elas continham o
cromossomo Y, encontrado apenas em células masculinas.
Além disso, em fígados de mulheres que foram transplantados
para pacientes masculinos, também se encontraram células com
cromossomo Y, indicando que o
fígado recebeu células-tronco da
medula óssea desses pacientes.
"Não sabemos ainda quais condições levam as células-tronco
sanguíneas a se diferenciar em células hepáticas", disse Jackson.
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