|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Pouso na Lua deu
credibilidade à Nasa
da Sucursal de Brasília
"É um pequeno passo para homem, um gigantesco salto para a
humanidade." A célebre frase de
Neil Armstrong ao chegar à Lua
há 30 anos estava truncada.
Por causa de um problema com
o rádio do módulo lunar, o artigo
indefinido "um" ("a" em inglês)
antes do substantivo "homem"
não foi ouvido na Terra.
Apenas um detalhe, dentre inúmeras dificuldades técnicas que
quase fizeram com que os responsáveis pelo vôo o abortassem.
O rádio do módulo lunar (chamado Eagle) começou a falhar assim que Neil Armstrong e Edwin
Aldrin terminaram a primeira órbita da Lua.
Muitas instruções do Centro Espacial Kennedy, em Houston, Texas, tiveram de ser repassadas à
dupla via Michael Collins, que ficara a bordo do módulo de comando Columbia.
Depois, ocorreu uma série de
disparos de alarmes falsos a bordo do Columbia, que obrigava os
astronautas e os responsáveis em
Houston a decidir se deviam ou
não prosseguir na missão.
Se não houvesse tanto em jogo,
do ponto de vista político, o vôo
poderia ter sido abortado, avalia
agora Jay Honeycutt, então diretor do Centro Kennedy.
Houve ainda percalços com o
sistema de navegação automática.
Tanto que Armstrong assumiu o
comando manual para o pouso,
finalizado quando restavam 30
segundos de combustível.
No final, tudo deu certo. A
agência espacial norte-americana, Nasa, viu cristalizar-se na opinião pública do país uma aura de
eficiência que se mantém até agora, como demonstram pesquisas
de opinião pública.
Isso apesar das duas falhas que
resultaram em tragédia, uma antes e outra depois da chegada de
Armstrong e Aldrin à Lua: o incêndio da Apollo 1 em teste na
Terra em 27 de janeiro de 1967
(três mortes) e a explosão da nave
espacial Challenger em 28 de janeiro de 1986 (sete mortes).
E de dezenas de outros fracassos
em missões não-tripuladas e quase desastres com astronautas.
Propaganda eficiente
A imagem de excelência da Nasa prevaleceu porque os responsáveis pelas relações públicas da
agência foram competentes.
Desde o início do programa espacial dos EUA, eles resolveram
personalizá-lo, transformando os
astronautas em celebridades.
Desse modo, intrincados assuntos técnicos eram reduzidos a valores pessoais, como coragem, patriotismo, determinação.
Além disso, a Nasa podia contar, na guerra fria, com a colaboração de quase todos os jornalistas do país, que encaravam a corrida espacial como se fosse uma
operação militar em que alertar o
público para problemas equivaleria a trair a pátria.
Depois da Challenger, o prestígio da Nasa caiu. Mas tem se recuperado graças a novos lances de
marketing, como a escolha de astronautas de grupos minoritários
(negros, mulheres) ou o recente
retorno ao espaço de John Glenn,
aos 77 anos.
(CELS)
Texto Anterior: Projeto trouxe dados da origem da Terra Próximo Texto: Amostra lunar virou brinde Índice
|