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Projeto trouxe
dados
da origem da Terra
da Sucursal de Brasília
As ordens a Neil Armstrong
eram claras: a primeira coisa que
deveria fazer depois de imprimir
a histórica marca de sua bota no
solo lunar era recolher um punhado daquela terra e colocá-la
num saco plástico.
Assim, mesmo que uma emergência o forçasse a retornar de
imediato, os cientistas na Terra
teriam um mínimo de evidência
em que se debruçar para tentar
elucidar questões que provavelmente ocuparam mentes humanas durante milhares de anos.
As seis missões Apollo que chegaram à Lua trouxeram de lá 385
quilos de material: cerca de 2.000
pedras, cem amostras de terreno,
milhares de pedregulhos. Da análise de tudo isso, poucas respostas
definitivas foram obtidas. Mas
muito de novo se aprendeu.
Há consenso de que a principal
lição, inesperada, foi a de que o
papel do impacto de corpos celestes no processo geológico da Lua e
da Terra foi muito mais importante do que se supunha antes.
Paul Spudis, do Instituto Lunar
e Planetário de Houston, diz que
essa conclusão "revolucionou a
ciência" ao revelar que a colisão
em hipervelocidade de asteróides,
cometas e outros corpos foi fundamental na formação de planetas e influiu no rumo do processo
de evolução biológica na Terra.
Chuva de asteróides
Foram amostras trazidas pela
Apollo 17 que contaram a história
de um titânico impacto de asteróides ocorrido há 3,8 bilhões de
anos, com poder comparável ao
de milhões de bombas-H.
Por causa delas, formulou-se a
teoria, com evidências encontradas na região de Yucatán, México,
de que um processo similar ocorreu na Terra, há 65 milhões de
anos, quando um bólido bateu
contra o planeta e foi responsável
pela extinção dos dinossauros.
Embora não sejam conclusivos,
os indícios do programa Apollo
reforçam a tese de que os dois tipos primordiais de terrenos encontrados na Lua (chamados de
terras e mares por Kepler no século 17) foram o resultado desses
impactos meteóricos, mais do
que de erupções vulcânicas.
Mas, embora pareça um volume impressionante de material,
ainda seria preciso muito mais
para permitir conclusões absolutas sobre origem, formação e
composição geológica da Lua.
As Apollos estiveram em apenas seis pontos do satélite. Só as
três últimas tinham veículos para
permitir aos astronautas se afastar um pouco do local de pouso.
Além disso, apenas um cientista
esteve na Lua: o geólogo Harrison
Schmitt, na Apollo 17, que colheu
as amostras mais importantes.
Foi só em 1994 que a nave não
tripulada Clementine fez uma
descoberta nova: pode haver água
em forma de gelo na Lua.
No ano passado, a sofisticada
sonda Lunar Prospector confirmou a possibilidade de que haja
água no satélite.
No dia 31 de julho, quando ela
fizer o papel de um pequeno meteorito e se chocar contra o satélite, o impacto poderá oferecer a
prova conclusiva da hipótese.
(CELS)
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