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ASTRONÁUTICA
País planeja desenvolvimento de novo foguete, capaz de colocar até 20 toneladas de uma vez em órbita
China quer sua estação espacial em 2012
SALVADOR NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Adotando um cronograma conservador para seu programa tripulado, a China pretende estabelecer uma estação espacial própria de cerca de 20 toneladas no
início da próxima década.
Embora as autoridades não
confirmem datas para cada um
dos avanços, o programa chinês já
tem um plano básico para suas
operações de 2007 a 2020.
Durante todo esse período, estão abandonados os planos de
conquista lunar -ao menos com
pousos tripulados. Em vez disso,
os chineses pretendem seguir o
antigo modelo soviético, com
crescente capacitação para operações em baixa órbita terrestre,
culminando com uma estação.
A configuração final não deve
chegar a algo tão grandioso quanto a ISS (Estação Espacial Internacional). Estará para algo mais próximo das Salyuts, as primeiras estações desenvolvidas pelos soviéticos, que mais tarde serviram de
base para a concepção da Mir.
Os chineses estão planejando
um sistema de transporte espacial
com os mesmos elementos existentes no programa russo. A
Shenzhou chinesa é basicamente
uma versão mais moderna da nave russa Soyuz, com três módulos.
A partir do design básico do veículo chinês, será desenvolvida
uma nave de carga, com capacidade de até três toneladas. Por enquanto só há especificações básicas. A idéia é tê-la pronta para uso
e operação entre 2010 e 2015.
Antes disso, outras tecnologias
cruciais ao desenvolvimento de
uma estação precisam ser demonstradas pelos chineses. Para
isso, pelo menos outros três vôos
de qualificação da Shenzhou serão realizados, separados por um
período que varia de 6 a 18 meses.
Em uma entrevista coletiva realizada na última quarta-feira,
após a missão bem-sucedida do
astronauta chinês Yang Liwei a
bordo da nave Shenzhou-5, Xie
Mingbao, diretor do Escritório de
Engenharia do Programa Espacial Tripulado da China, confirmou que o caminho para o futuro
será a criação de pequenos laboratórios e, por fim, uma estação.
Mas não ofereceu datas para as
missões e limitou-se a dizer que o
próximo vôo da Shenzhou deve
vir "em um ou dois anos".
O próximo vôo deve apenas incluir tripulação maior e mais tempo no espaço. Os subsequentes terão tarefas mais difíceis, como
atracação em órbita. Mas isso não
acontecerá antes de 2006.
Após o sucesso de qualificação
dos sistemas de atracação, as missões tentarão outro grande feito:
uma caminhada espacial. O feito é
pré-requisito para o desenvolvimento de estações -no mínimo
para a realização de reparos.
Quando tudo isso estiver no lugar, o sonho de uma estação chinesa começará a tomar forma.
Precursores da estação podem até
vir da atracação de vários módulos da Shenzhou ou alguns desenvolvidos para esse fim. A estimativa para a colocação desses sistemas em órbita é 2008.
Mas o ponto alto será mesmo a
construção de uma estação monobloco (lançada por um único
foguete) de 20 toneladas, projeto
que, em princípio, iria ao espaço
em 2012 (o orçamento, assim como a data-alvo para lançamento,
só deve ser aprovado em 2004).
Várias equipes trabalham em
projetos concorrentes, neste momento, para estabelecer as bases
da estação espacial. Seu desenvolvimento depende da criação de
um novo foguete, o Chang Zheng-5 (Longa Marcha-5), capaz de levá-la para uma órbita terrestre
baixa. Esse foguete também serviria como lançador comercial de
satélites, fazendo competição ao
Proton (russo), ao Delta-4 (americano) e ao Ariane-5 (europeu).
A estação teria capacidade para
abrigar dois astronautas por seis
meses e receber visita de até duas
naves ao mesmo tempo. O complexo teria vida útil de dez anos.
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