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País tem 11 áreas excelentes na ciência
Estudo mostra que pesquisas de neurociências e de cirurgia cardíaca são as que geram mais impacto positivo lá fora
Análise considerou artigos
científicos publicados entre
1994 e 2003 que tiveram
mais de 100 citações em
banco de dados americano
EDUARDO GERAQUE
DA REPORTAGEM LOCAL
O Brasil tem 25 núcleos de
excelência científica, espalhados por 11 áreas do conhecimento, segundo estudo publicado este mês nos Anais da
Academia Brasileira de Ciências. A maior quantidade de
grupos, conforme mostra a metodologia que capta o impacto
mundial dos artigos científicos
que são publicados por brasileiros dentro ou fora do país, estão
na neurociência e na área de cirurgia cardíaca.
"Essas subáreas não apareceram por meio de mágica, elas
surgiram exatamente no nosso
levantamento", disse à Folha o
autor do estudo Rogério Meneghini, do Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde, institutição criada no Brasil pela
Opas (Organização Pan-Americana da Saúde).
Além das duas líderes, outras
nove áreas se destacaram. A lista tem ainda doenças infecciosas, genética humana, física de
partículas, floresta amazônica,
metabolismo oxidativo, catálise química, física quântica,
contracepção e genômica.
Segundo Meneghini, que não
considera seu estudo excludente, e portanto outros poderão aparecer e mostrar um mapa diferente, foram analisados,
primeiro, um total de 248 artigos. Todos publicados em revistas científicas de impacto internacional e presentes na base
de dados da empresa americana ISI (Instituto para Informação Científica, na sigla em Inglês), considerada uma referência internacional. Nela, é
possível acompanhar os artigos
e também a quantidade de referências feitas a ele.
"O período de corte é de 10
anos, de 1994 a 2003. Todos os
trabalhos usados na análise receberam mais de 100 citações",
explica o pesquisador. Como
nesta análise apenas as 11 áreas
de maior destaque foram consideradas, o número total de
trabalhos caiu para 117.
Entre os grupos de destaque
no campo da neurociência, Meneghini destacou o impacto gerado por cinco deles, que foram
responsáveis por seis artigos
com mais de 100 citações.
"Três deles estão voltados
para a farmacologia comportamental", explica. É o caso dos
estudos de Frederico Graeff
(USP de Ribeirão Preto), André
Ramos (Departamento de Biologia Celular, Embriologia e
Genética da Universidade Federal de Santa Catarina) e Ivan
Izquierdo (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
Os outros dois são liderados
por Xavier Albuquerque (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e Miguel Nicolelis (Universidade de Duke/Estados
Unidos). O primeiro investiga a
transmissão das informações
elétricas nos neurônios humanos e de como isso pode ser alterado pelos medicamentos.
O segundo, que faz experimentos sobre conexões sensomotoras, entrou na análise,
mesmo estando fora do Brasil,
porque vários pesquisadores
radicados no Brasil continuam
colaborado com ele.
No artigo captado pela pesquisa de Meneghini e Abel Packer, também do centro da
Opas, publicado na Science em
1995, houve a participação de
Luiz Antonio Baccalá, da Escola Politécnica da USP. Nicolelis
é pesquisador na Universidade
de Duke, nos Estados Unidos.
Cirurgia:
Incor
Dante Pazzanese
Unicor
Randas Batista
Hospital Procardíaco/UFRJ
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