São Paulo, quinta-feira, 22 de junho de 2006

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Amazônia ganha 1,84 milhão de ha em novas reservas

Área de proteção servirá de barreira contra avanço da agropecuária em região de campos no sul do Amazonas

Implementação da medida aguarda plano de manejo e regularização fundiária de terras; governo ainda não liberou verbas para projeto


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo federal criou ontem três novas reservas ambientais na Amazônia, com áreas que somam 1,84 milhão de hectares, mas a sua implementação não será imediata. "Cada realidade é uma realidade", explicou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que não quis dizer quando espera que haja um controle efetivo do governo na área.
Foram criados o Parque Nacional dos Campos Amazônicos, com 880 mil hectares, e as reservas extrativistas do rio Unini (830 mil hectares) e Arapixi (133 mil hectares).
Enquanto nas reservas extrativistas é autorizado que as comunidades locais vivam da agricultura de subsistência, da criação de pequenos animais e de recursos naturais, no parque o ambiente é totalmente protegido -são permitidos apenas turismo ecológico e pesquisas.
A mais complicada das três áreas criadas ontem era justamente o Parque Nacional dos Campos Amazônicos, que vinha sendo discutido havia mais de oito anos. A região, no sudoeste do Amazonas e extremo nordeste de Rondônia, abriga intensa atividade agropecuária.
O parque teria inicialmente cerca de 600 mil hectares. Depois de consultas populares, o tamanho subiu para mais de 1 milhão. E chegou aos 880 mil após negociações com as comunidades e os empresários.

Barreiras
O Parque Nacional dos Campos Amazônicos -o primeiro a cobrir esse tipo de vegetação- integra uma barreira de unidades de conservação que se estende desde Mato Grosso, para impedir o avanço da agropecuária sobre florestas do Amazonas. "Fechamos o buraco de Rondônia", disse o secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco.
Por enquanto, não há verbas para essas novas áreas. Ainda faltam a elaboração de um plano de manejo e a finalização do processo de regularização fundiária, em parceria com o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
Com esse 1,84 milhão de hectares protegido ontem, as áreas de conservação federal criadas no governo Lula chegam a 19,3 milhões de hectares. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, esse número representa 34% de tudo o que foi criado em todos os governos anteriores.
(PEDRO DIAS LEITE E EDUARDO SCOLESE)


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