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Astronauta brasileiro teme que o país seja excluído do projeto da ISS
DA REPORTAGEM LOCAL
O astronauta brasileiro em treinamento no Centro Espacial Johnson, em Houston (EUA), está preocupado com a situação brasileira no programa de construção
da ISS (Estação Espacial Internacional). "Ou melhor dizendo, em
estado de alerta", corrige o major-aviador Marcos César Pontes.
O Brasil está com dificuldade em entregar no prazo os componentes da estação que deveria produzir, conforme a Folha revelou na última sexta-feira. A Nasa
(agência espacial americana) já teria até mesmo um plano B para
cortar o país do programa. Pontes não acha que isso vá acontecer.
Ele acredita que os governos dos EUA e do Brasil conseguirão encontrar uma solução de compromisso para o impasse, a partir de uma reunião que deve acontecer no mês que vem. "Eu acredito mais em uma redução de escopo
da participação brasileira", diz.
O astronauta está sendo treinado nos EUA desde 1998, pago pela
Agência Espacial Brasileira. Se o Brasil saísse da ISS, a situação dele
na Nasa ficaria indefinida. Mas Pontes não está disposto a abandonar a idéia de ir ao espaço. "Eu não gosto de desistir de nada. De um jeito ou de outro, vou tentar continuar trabalhando no setor espacial. Um dia eu levo a bandeira do Brasil lá para cima."
A maior preocupação de Pontes não é com a carreira. Ele teme pela perda da oportunidade de participar de um grande projeto como a ISS. "Pela participação na estação, o Brasil é o único país em desenvolvimento com possibilidade de usar esse laboratório em condições superespeciais", diz.
A credibilidade do país pode estar em jogo, continua. "A exclusão do Brasil viria acompanhada de uma enorme perda de credibilidade, com reflexos não só para
futuros contratos de cooperação em ciência e tecnologia, mas para
quaisquer outras áreas."(SN)
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