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GENOMA
Programas financiados pelo Ministério da Ciência e Tecnologia têm por meta soluções para a saúde e a agricultura
Projetos regionais se voltam para inovação
ISABEL GERHARDT
ENVIADA ESPECIAL A CAMPINAS
O 1º Encontro de Genomas Regionais, que terminou ontem em
Campinas, mostrou que os projetos participantes estão preocupados em resolver problemas nas
áreas de saúde e de agricultura,
além de ampliar a capacitação em
genômica no Brasil.
O encontro, que ocorreu quatro
meses após o lançamento do programa pelo Ministério da Ciência
e Tecnologia (MCT), serviu como
"brainstorm" (reunião de idéias),
disse Gonçalo Pereira, organizador do encontro e coordenador
do genoma da vassoura-de-bruxa
(doença do cacau).
"A idéia é que os grupos possam
trocar experiências, discutir problemas que estejam acontecendo
na implantação dos programas e
evitar que erros cometidos em genomas passados sejam repetidos.
Não queremos ninguém reinventando a roda", afirmou.
Apesar do apoio financeiro do
ministério, todos os projetos (veja
quais são no quadro acima) contam também com o suporte das
instituições estaduais de pesquisa
onde estão sendo conduzidos.
A visão pragmática do programa pode ser exemplificada pela
declaração do coordenador do
Genopar -o professor Fábio Pedrosa, da Universidade Federal
do Paraná-, que sequencia o genoma da bactéria fixadora de nitrogênio Herbaspirilum seropedicae: "Poderíamos chegar a uma
economia de US$ 420 milhões
anuais se conseguíssemos substituir a adubação nitrogenada em
milho". A H. seropedicae está associada a várias plantas (trigo, arroz, cana e sorgo).
Para reforçar a necessidade de
chegar a um ou mais produtos finais, após o fim do sequenciamento dos genomas, alguns projetos já se encaminham para parcerias com a iniciativa privada. É
o caso do genoma do eucalipto,
que conta com o apoio de várias
indústrias nacionais produtoras
de papel e celulose.
Durante a reunião, o coordenador da Rede de Biologia Molecular Estrutural da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), Rogério Meneghini, do Laboratório Nacional
de Luz Síncrotron, anunciou que
o programa deixa de ser restrito
ao Estado de São Paulo e passa a
abrigar dez projetos nacionais.
A rede tem por objetivo determinar a estrutura tridimensional
das proteínas e capacitar pessoal
na área. "Hoje somos responsáveis por apenas 0,3% da produção
mundial. Queremos chegar nos
próximos 4 ou 5 anos a pelo menos 1%", afirmou Meneghini.
A importância de determinar a
estrutura de proteínas é que sua
função decorre da forma. O formato tridimensional da proteína
indica interações possíveis com
outras moléculas, como se fossem
chaves e fechaduras.
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