São Paulo, terça-feira, 23 de março de 2004

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ASTRONOMIA

Oportunidade prossegue até meados de abril

Cinco planetas visíveis a olho nu formam uma fila no céu noturno

SALVADOR NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Do final deste mês até meados de abril, os observadores do céu noturno terão a oportunidade de ver todos os cinco planetas visíveis a olho nu dispostos praticamente numa linha reta, atravessando o céu de oeste a leste.
Até mesmo o mais discreto dos planetas, Mercúrio, estará visível. Como é o que tem órbita mais próxima do Sol, suas viagens pelo céu noturno, quando ocorrem, estão restritas ao final da madrugada ou ao início da noite. Nos próximos dias, será visível perto do horizonte, na direção do poente, logo no princípio da noite.
"A partir de meados do mês, Mercúrio será praticamente invisível, em virtude de sua conjunção inferior com o Sol, em 16 de abril", aponta o astrônomo Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, do Museu de Astronomia e Ciências Afins do Rio de Janeiro.
Um pouco mais alto no céu, o próximo da fila é Vênus, o segundo planeta do Sistema Solar e o mais brilhante de todos. Ele vem seguido por Marte, mais discreto e com seu característico tom avermelhado. No zênite (topo do céu), surge Saturno, que está para ser visitado pela sonda americana Cassini ainda neste ano.
Por fim, já na direção do leste, vê-se Júpiter, o segundo planeta mais brilhante do conjunto.
O céu dos próximos dias será também agraciado por uma Lua discreta, em quarto crescente, o que facilita a observação dos demais corpos. Uma boa referência para localizar os planetas é partir da constelação de Órion, facilmente reconhecível pelas famosas Três Marias, as estrelas que compõem o cinturão do caçador mítico.
O fenômeno não exige instrumentos ópticos (lunetas ou binóculos) para ser observado.
Segundo os astrônomos, será a melhor oportunidade para ver os planetas juntos no céu noturno até 2036 -exceto para os madrugadores, que terão chances parecidas no final de dezembro deste ano e início de janeiro de 2005, minutos antes do nascente.
Embora pareçam formar uma fila quase perfeita no céu, os planetas não estão numa posição de alinhamento, como ocorreu em maio de 2002.


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