JOSÉ REIS
especial para a Folha

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência foi fundada por um grupo de idealistas em em 1948 e comemorou seu cinquentenário na Reunião Anual de Natal (RN). Em mensagem publicada no "Jornal da Ciência", da SBPC, lembramos que o pensamento dos fundadores da associação era congregar todos os cientistas do Brasil, para aperfeiçoamento crescente de suas pesquisas e, ao mesmo tempo, para aproximá-los do grande público, familiarizando-o com a ciência e sua necessidade para o desenvolvimento do país.
Essas metas têm sido atingidas plenamente e sem falhas. Desde o início, elas se manifestaram principalmente pelas Reuniões Anuais em pontos diversos do território nacional (além de conferências, palestras, simpósios etc.) e pela publicação de revista ("Ciência e Cultura") que jamais sofreu interrupção, apesar das dificuldades financeiras de certos momentos.
A SBPC cresceu muito e com ela a revista, que continha artigos de pesquisa originais, informação abundante sobre atividades científicas nacionais e estrangeiras, resenhas de livros, biografias etc. O enorme desenvolvimento desse periódico mensal levou à reformulação de todo o sistema editorial da SBPC, criando outras publicações. O título "Ciência e Cultura" passou para uma revista de alto nível, editada em inglês. Surgiu o "Jornal da Ciência", que trata especialmente de política da ciência e dos problemas que afetam os pesquisadores científicos, as universidades e os institutos de pesquisa. O jornal é informativo e crítico, acompanhando os assuntos da organização científica em nossa terra.
Grande novidade foi a fundação de "Ciência Hoje", órgão de divulgação com artigos escritos por cientistas para o grande público e tópicos menores sobre vários aspectos e novidades da ciência em todo o mundo (ao lado disso, instituiu-se programa de rádio). Essa revista gerou outra para o público infantil, "Ciência Hoje das Criançadas", que caiu no gosto das crianças, e "Ciência Hoje na Escola", com sugestões para os professores tornarem mais interessantes e atualizadas suas aulas.
Mas tudo evolui e a própria "Ciência Hoje" acaba de sofrer radical transformação gráfica e no tipo de seu texto, que passou a ter artigos menores e uma série de tópicos de menor porte sobre os mais variados ramos científicos e tecnológicos, alguns de natureza muito prática. Assim, no primeiro número dessa nova fase há um artigo sobre cupins que não focaliza, como já se tem feito na imprensa, a biologia do voraz inseto, mas sugestões práticas para evitar que as formas aladas (aleluias) entrem nas casas -fechar janelas e portas quando ocorrem as aleluias, colocar vasilhas com água debaixo das lâmpadas que atraem os insetos, que caem na água e morrem, e injetar querosene nos buracos por onde entraram cupins. No número de lançamento dessa nova fase de "Ciência Hoje", encontra-se um encarte sobre a tentativa de publicar uma outra revista ("Explora !"), concebida para lançar desafios científicos e técnicos aos jovens. Esse encarte é muito variado e realmente encerra verdadeiros desafios para o leitor fazer experiências criativas e resolver toda sorte de problemas.
Tudo isso muito bem produzido graficamente e, quanto ao texto, mostrando que o movimento editorial da SBPC vai de vento em popa. Os recursos financeiros provêm de instituições públicas e particulares, revelando o interesse que hoje existe de incentivar a pesquisa científica, base de um desenvolvimento harmônico para o Brasil.



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