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Cientista gaúcho
defende colega
dos EUA acusado
DO ENVIADO ESPECIAL
Para o geneticista gaúcho
Francisco Salzano, que trabalhou com James Neel por
quase 50 anos, o livro de Patrick Tierney é um "caso de
polícia". "Ele é um exemplo
do extremo a que uma pessoa pode chegar para alcançar a fama", disse o cientista
em congresso de genética
em Águas de Lindóia (SP).
Salzano era colega e amigo
pessoal de Neel. Os dois começaram a colaborar em
1957. A parceria só se desfez
com a morte do americano,
no começo deste ano.
O geneticista gaúcho homenageou Neel em sua palestra de abertura do 46º
Congresso Nacional de Genética, terça-feira. "Ele foi
um exemplo não só de cooperação científica, mas também de dignidade humana."
Segundo ele, as afirmações
de Tierney sobre a conduta
de Neel em relação aos ianomâmis são uma fantasia.
"O estudo foi publicado no
"American Journal of Epidemiology", uma das revistas
mais sérias do mundo", afirmou Salzano. "Se a vacina
fosse letal, a revista seria a
primeira a condená-la".
Salzano disse que a vacina
foi testada em populações
do mundo inteiro e que todos os efeitos foram acompanhados minuciosamente
pela equipe de Neel. "Se
houve genocídio, onde estão
os mortos?", pergunta.
O geneticista gaúcho disse
ter tomado conhecimento
da polêmica por meio de Napoleon Chagnon, que teria
afirmado que pretende processar Tierney.
(CA)
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