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AMBIENTE
ONG e Universidade Columbia lançam mapa indicando que restam apenas 17% do planeta para a vida selvagem
Homem explora 83% da Terra, diz estudo
DA REDAÇÃO
Afora as florestas geladas do
Alasca, do Canadá e da Rússia,
além dos igualmente frios planaltos elevados do Tibete e da Mongólia, sobram cada vez menos terras virgens para a vida selvagem
no planeta -a maioria delas na
Amazônia. Todas somadas, estima-se que representem apenas
17% da superfície da Terra.
Os outros 83% da área do planeta já são utilizados para o sustento
da humanidade, por meio de agricultura, mineração ou extrativismo (inclusive pesca e caça). No
que diz respeito às terras aráveis,
98% se encontram tomadas pela
agricultura, com forte predominância de apenas três lavouras:
arroz, trigo e milho.
As cifras estão num estudo lançado ontem na internet pelo Centro para a Rede Internacional de
Informações de Ciência da Terra,
da Universidade Columbia (Nova
York) e pela organização não-governamental Sociedade de Conservação da Vida Selvagem
(WCS, na abreviação em inglês).
As duas instituições produziram, como peça central do relatório, o mapa "The Human Footprint" (literalmente, A Pegada
Humana, uma forma de designar
o espaço ambiental ocupado pela
espécie humana). O endereço do
estudo na internet é http://wcs.org/humanfootprint.
O mapa fornece uma visão agregada das
pressões exercidas pelo homem
sobre o ambiente, como densidade populacional, redes de estradas e hidrovias, infra-estrutura
para geração e distribuição de
energia elétrica e a própria área
tomada por cidades e fazendas.
"O mapa da "pegada" humana é
uma visão desanuviada de nossa
influência sobre a Terra", disse à
agência Reuters Eric Sanderson, o
ecólogo de paisagens da WCS que
coordenou o estudo.
"Ele fornece um modo de encontrar oportunidades para salvar a vida selvagem e terras virgens em áreas intocadas, e também para entender como as formas de conservação de matas,
ambiente rural, subúrbios e cidades estão todas relacionadas." Foram identificadas 568 áreas prioritárias para conservação.
Segundo o estudo, a ciência já
demonstrou que cerca de 40% da
produtividade primária do planeta (ou seja, em sentido geral, tudo
aquilo que é produzido por fotossíntese) é apropriada pela humanidade, a cada ano -seja pelo
consumo direto, seja impedindo
que outras espécies dela se beneficiem. Pelo menos 60% da água
doce corrente disponível é desviada para atividades humanas.
Embora sejam somente estimativas, afirma a WCS, essas estatísticas testemunham que não tem
precedentes na história a escalada
no consumo de recursos naturais
ao longo do século 20. A conclusão é que o mundo se encontra
numa grave crise ambiental. Segundo o naturalista Edward O.
Wilson, citado no estudo, a extensão do padrão de consumo americano a todos as pessoas da Terra
exigiria três planetas adicionais.
Com agências internacionais
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