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BIOMEDICINA
Grupo alemão faz primeiro transplante celular cardíaco com material extraído da medula do próprio paciente
Célula-tronco regenera coração infartado
DA REDAÇÃO
Não é mais apenas teoria: células-tronco têm de fato o poder de
curar e regenerar -no caso, músculo cardíaco destruído num infarto. A façanha foi realizada na
Universidade Heinrich Heine, de
Düsseldorf (Alemanha).
Segundo comunicado à imprensa da universidade, trata-se
do primeiro transplante intracoronariano de células-tronco, ou
seja, sem cirurgia.
Ele foi realizado num homem de
46 anos que sofrera um infarto
cinco meses atrás. A maior parte
do músculo do lado esquerdo do
coração havia sido danificada.
O transplante foi feito com células-tronco adultas, retiradas da
medula óssea do próprio paciente. Dez semanas depois, um terço
da região já estava recuperado.
"Os resultados do tratamento
mostram o enorme potencial das
células-tronco", disse Bodo Eckehard Strauer, chefe da equipe que
realizou o procedimento.
Célula-tronco é o nome genérico de células precursoras de vários tecidos do organismo, que
guardam o poder de diferenciar-se em células com funções específicas. Na medula óssea (o tutano),
por exemplo, encontram-se células-tronco capazes de repor vários
tipos de células do sangue.
As mais cobiçadas pela pesquisa
biomédica são as embrionárias,
porque podem dar origem a qualquer célula do corpo. Como só
podem ser obtidas destruindo
embriões de 5-6 dias, há objeções
éticas a seu emprego -o que levou o presidente norte-americano, George W. Bush, a permitir o
financiamento só de pesquisas
com células já existentes.
Os pesquisadores acreditam
que o uso de células-tronco possa
levar a tratamentos para doenças
degenerativas incuráveis, como o
mal de Parkinson. Células retiradas do próprio paciente permitiriam contornar os maiores problemas da área: dispensam destruição de embriões e não provocam rejeição quando reinjetadas.
Regeneração
Strauer supõe que as células-tronco retiradas da medula se
transformaram em células do
miocárdio (músculo cardíaco). A
partir disso, teriam desencadeado
a regeneração do tecido cardíaco.
Não foram retiradas amostras
do miocárdio, portanto não há
comprovação direta de que ocorreu a regeneração. Para Strauer,
no entanto, não haveria outra explicação para a melhora do paciente. "Apenas dez semanas depois do transplante a região infartada estava reduzida em um terço,
e o desempenho do coração também melhorou claramente."
Depois dessa primeira tentativa,
a equipe de Düsseldorf tratou
mais seis pessoas com células-tronco próprias. Os resultados foram bons em todos, disse Strauer.
A legislação da Alemanha não
permite a produção de células-tronco embrionárias para pesquisa, mas é permitido trabalhar com
linhagens importadas de células.
Com agências internacionais
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