São Paulo, sábado, 25 de novembro de 2000

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PANORÂMICA

TRANSGÊNICOS
Empresa dos EUA diz que levará semanas para explicar milho contaminado
Poderá levar semanas para descobrir como a característica de matar insetos do milho transgênico StarLink apareceu em uma variedade de milho que supostamente não é modificada geneticamente, segundo a Garst Seed Co., empresa produtora do milho convencional.
A Garst anunciou terça-feira passada ter detectado o "mistério biológico" quando analisava amostras de milho comercializadas desde 1998. Afirmou, também, que poderá levar semanas para descobrir o quanto de milho pode ter se espalhado pela cadeia alimentar.
O anúncio feito pela Garst é o último lance da controvérsia biotecnológica que começou em setembro com a descoberta de que pequenas amostras do milho StarLink, liberado apenas para ração animal ou uso industrial, surgiram nos produtos Taco Bell e em outros alimentos.
O milho StarLink, desenvolvido pela empresa Aventis Crop-Science, contém um gene que produz uma proteína chamada Cry9c, que é tóxica para a broca do milho e outros insetos da mesma família.
O StarLink não tem efeito conhecido sobre a saúde de seres humanos. Toxinas inseticidas similares são utilizadas na agricultura, inclusive na orgânica.
A EPA (agência de proteção ambiental dos EUA) decidiu em 1997 que o produto da Aventis deveria ficar fora da alimentação humana, pois testes laboratoriais indicaram que a proteína poderia causar alergias.
Os críticos da biotecnologia usaram a disseminação não-autorizada do StarLink para dentro da cadeia alimentar como prova de que produtos da engenharia genética são capazes de escapar da segregação, uma vez que estão no mercado agrícola.
Muitos críticos argumentam que a tecnologia deveria ser banida até que houvesse controle rigoroso e melhor avaliação dos efeitos potenciais a longo prazo.
O anúncio da Garst, esta semana, abriu uma nova frente de batalha. Ela sugere que a falha na segregação de sementes pode acontecer mesmo antes que elas cheguem ao agricultor.
"Como podemos regular os riscos que se manifestam mesmo antes de o produto estar lá fora?", pergunta Margaret Mellon, da União dos Cientistas Preocupados, em Washington.
A controvérsia envolve a linhagem de milho 8481, criada pela Garst para as condições do Meio-Oeste americano.
(DO "THE NEW YORK TIMES")



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