São Paulo, terça-feira, 26 de janeiro de 2010

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Teste pode ajudar em estudo de Alzheimer

Julia Clarke/PUCRS/Divulgação
Roedor é colocado em caixa na PUCRS onde passou por teste de reconhecimento de objetos

DA REPORTAGEM LOCAL

Um experimento em que camundongos foram submetidos a um teste de reconhecimento de objetos mostrou que um mecanismo de formação de memórias elucidado pelos neurocientistas da PUCRS está por trás dessa habilidade também. A pesquisa, publicada em artigo na edição de hoje da revista "PNAS", pode ajudar no estudo do mal de Alzheimer.
Analisando o cérebro dos roedores com eletrodos, os pesquisadores descobriram que a capacidade dos animais de lembrar características de objetos depende de um contexto especial para a formação de sinapses (conexões entre as células nervosas) no qual elas são fortalecidas e se sustentam por longo tempo -dias ou anos.
Conhecido como LTP (potenciação de longo prazo, na sigla em inglês), esse fenômeno neuronal já havia sido verificado no hipocampo de animais submetidos a memórias de medo, como o do experimento com choque. Esse tipo de situação, porém, ativa circuitos diferentes no cérebro, e os cientistas queriam avaliar o papel da LTP em memórias mais "neutras", não ligadas a um instinto tão básico de sobrevivência.
"Seria o tipo de memória semelhante àquela que, em humanos, é afetada em quem sofre de mal de Alzheimer", explica Julia Clarke, cientista que coordenou o estudo na PUCRS.
Desta vez, os cientistas submeteram os animais a um teste de reconhecimento de objetos, em vez do choque. Eles passavam por sessões de exploração do ambiente de uma caixa, duas vezes. Quando ficavam muito tempo examinando um mesmo objeto pela segunda vez, era sinal de que não estavam se lembrando dele. Nos casos em que a memória do objeto efetivamente se formou, porém, Clarke verificou a ocorrência da potenciação de longo prazo numa área específica do hipocampo.
A técnica de pesquisa, em tese, poderia ajudar a elucidar o que acontece em humanos portadores de mal de Alzheimer, mas é impossível usá-la, pois a implantação do eletrodo é um procedimento muito invasivo. Mas isso não impede a continuidade da pesquisa.
"O próximo passo é tentar estender esse experimento para animais alterados que são usados como modelo no estudo de Alzheimer", diz Clarke. (RG)


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