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Teste pode ajudar em estudo de Alzheimer
Julia Clarke/PUCRS/Divulgação
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Roedor é colocado em caixa na PUCRS onde passou por teste de reconhecimento de objetos
DA REPORTAGEM LOCAL
Um experimento em que camundongos foram submetidos
a um teste de reconhecimento
de objetos mostrou que um mecanismo de formação de memórias elucidado pelos neurocientistas da PUCRS está por
trás dessa habilidade também.
A pesquisa, publicada em artigo
na edição de hoje da revista
"PNAS", pode ajudar no estudo
do mal de Alzheimer.
Analisando o cérebro dos
roedores com eletrodos, os pesquisadores descobriram que a
capacidade dos animais de lembrar características de objetos
depende de um contexto especial para a formação de sinapses (conexões entre as células
nervosas) no qual elas são fortalecidas e se sustentam por
longo tempo -dias ou anos.
Conhecido como LTP (potenciação de longo prazo, na sigla em inglês), esse fenômeno
neuronal já havia sido verificado no hipocampo de animais
submetidos a memórias de medo, como o do experimento
com choque. Esse tipo de situação, porém, ativa circuitos diferentes no cérebro, e os cientistas queriam avaliar o papel da
LTP em memórias mais "neutras", não ligadas a um instinto
tão básico de sobrevivência.
"Seria o tipo de memória semelhante àquela que, em humanos, é afetada em quem sofre de mal de Alzheimer", explica Julia Clarke, cientista que
coordenou o estudo na PUCRS.
Desta vez, os cientistas submeteram os animais a um teste
de reconhecimento de objetos,
em vez do choque. Eles passavam por sessões de exploração
do ambiente de uma caixa, duas
vezes. Quando ficavam muito
tempo examinando um mesmo
objeto pela segunda vez, era sinal de que não estavam se lembrando dele. Nos casos em que
a memória do objeto efetivamente se formou, porém, Clarke verificou a ocorrência da potenciação de longo prazo numa
área específica do hipocampo.
A técnica de pesquisa, em tese, poderia ajudar a elucidar o
que acontece em humanos portadores de mal de Alzheimer,
mas é impossível usá-la, pois a
implantação do eletrodo é um
procedimento muito invasivo.
Mas isso não impede a continuidade da pesquisa.
"O próximo passo é tentar estender esse experimento para
animais alterados que são usados como modelo no estudo de
Alzheimer", diz Clarke.
(RG)
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