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São Paulo, quinta-feira, 26 de junho de 2003

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ASTRONÁUTICA

Nova versão do foguete levaria até 600 kg

Apoio da Ucrânia pode duplicar capacidade de transporte do VLS

SALVADOR NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O acordo de cooperação entre Ucrânia e Brasil pode acabar dando impulso reforçado ao projeto de duplicação da capacidade de carga do foguete lançador nacional, o VLS. A afirmação é de Luiz Bevilacqua, presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB).
Ele esteve ontem no Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP, em São Paulo, na primeira de uma série de visitas a universidades para reforçar a integração entre os cientistas dessas instituições e o programa espacial brasileiro.
Bevilacqua diz ter por meta triplicar o orçamento da AEB nos próximos quatro anos. Hoje ele gira em torno de US$ 40 milhões.
Atualmente, o VLS-1 (primeiro modelo da série) só usa combustível sólido. Até agora dois lançamentos foram realizados, ambos malogrados. Um terceiro está marcado para agosto.
O foguete pode inserir um satélite de até 300 kg numa órbita terrestre baixa (300 km a 700 km de altitude). O programa prevê a criação de um novo modelo, o VLS-2, com capacidade de 600 kg.
Os trabalhos efetivos no VLS-2 só vão começar depois que a primeira versão tiver feito três vôos com sucesso. Quando isso ocorrer, o segredo para expandir a capacidade do foguete será desenvolver tecnologia de combustível líquido -que a Ucrânia domina.
O acordo atual prevê o trabalho conjunto de engenheiros brasileiros e ucranianos na realização das adaptações necessárias ao foguete Cyclone-4 para uso a partir do Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão. Bevilacqua aposta que esse trabalho pode ajudar o Brasil a desenvolver a tecnologia de propulsão líquida.
O presidente da AEB também disse que pretende manter todos os projetos em andamento. Isso inclui VLS, programas de satélite, desenvolvimento do centro de Alcântara e participação na ISS (Estação Espacial Internacional).
Entre os dias 16 e 18, representantes brasileiros estiveram nos EUA para discutir os novos termos da participação brasileira no complexo orbital. "Temos agora uma lista de equipamentos, e poderemos chegar nos americanos e dizer o que podemos fazer e o que não podemos", disse Bevilacqua.


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