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AMBIENTE
Estimativa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais indica 25.475 km2 de área desflorestada em 2001-2002
Desmatamento cresce 40% na Amazônia
DA REDAÇÃO
O desmatamento na Amazônia
cresceu 40% no biênio 2001-2002
em relação ao período anterior.
Segundo estimativa do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a área desmatada pulou
de 18.166 km2 em 2000-2001 para
25.476 km2 em 2001-2002 -o
equivalente a quase um Haiti.
Os novos dados, que "vazaram"
numa página do Inpe na internet,
contradizem o governo FHC, que
no ano passado tinha comemorado uma tendência à queda no desflorestamento. Na época, ambientalistas e a própria secretária de
Coordenação da Amazônia, Mary
Allegretti, que permanece no cargo no governo Lula, disseram que
era cedo demais para comemorar.
Em uma curta nota publicada
ontem na internet, o MMA (Ministério do Meio Ambiente) apresenta os novos números. "Frente
à gravidade dos fatos, que indicam um crescimento acelerado
do desmatamento nos dois últimos anos da gestão anterior, a Casa Civil da Presidência da República e os ministérios do Meio
Ambiente e da Ciência e Tecnologia estão coordenando processo
de avaliação detalhada dos dados", afirma a nota. Ela diz, ainda,
que o governo anunciará na semana que vem medidas para "reverter esse quadro".
Até o fechamento da edição, a
ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, estava em reunião com
seus secretários. A assessoria de
imprensa do MMA disse que a
ministra não comentaria os números do desmatamento.
Os dados do Inpe, baseados em
50 "cenas" ou imagens de satélite
da Amazônia Legal (de um conjunto de 229), são ainda preliminares. As projeções costumam ser
ajustadas depois de sua divulgação -geralmente feita durante
uma entrevista coletiva e cercada
de cuidados pelo governo.
A projeção para o biênio 2000-2001 foi ajustada para cima: os dados divulgados pelo governo FHC
falavam em 15.787 km2, uma redução de 13% em relação ao consolidado para 1999-2000. Após o
ajuste, os números de 2000-2001
subiram para 18.166 km2.
Questionamentos do MMA em
relação à metodologia adotada
pelo instituto fizeram com que a
Secretaria de Coordenação da
Amazônia decidisse não mais
adotar os dados do Inpe para planejar suas atividades de intervenção na floresta.
Segundo Allegretti, os números
são importantes porque dão uma
visão geral da região, mas se concentram em regiões já alteradas,
onde não há muito que desmatar.
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