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São Paulo, quinta-feira, 26 de junho de 2003

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AMBIENTE

Estimativa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais indica 25.475 km2 de área desflorestada em 2001-2002

Desmatamento cresce 40% na Amazônia

DA REDAÇÃO

O desmatamento na Amazônia cresceu 40% no biênio 2001-2002 em relação ao período anterior. Segundo estimativa do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a área desmatada pulou de 18.166 km2 em 2000-2001 para 25.476 km2 em 2001-2002 -o equivalente a quase um Haiti.
Os novos dados, que "vazaram" numa página do Inpe na internet, contradizem o governo FHC, que no ano passado tinha comemorado uma tendência à queda no desflorestamento. Na época, ambientalistas e a própria secretária de Coordenação da Amazônia, Mary Allegretti, que permanece no cargo no governo Lula, disseram que era cedo demais para comemorar.
Em uma curta nota publicada ontem na internet, o MMA (Ministério do Meio Ambiente) apresenta os novos números. "Frente à gravidade dos fatos, que indicam um crescimento acelerado do desmatamento nos dois últimos anos da gestão anterior, a Casa Civil da Presidência da República e os ministérios do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia estão coordenando processo de avaliação detalhada dos dados", afirma a nota. Ela diz, ainda, que o governo anunciará na semana que vem medidas para "reverter esse quadro".
Até o fechamento da edição, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, estava em reunião com seus secretários. A assessoria de imprensa do MMA disse que a ministra não comentaria os números do desmatamento.
Os dados do Inpe, baseados em 50 "cenas" ou imagens de satélite da Amazônia Legal (de um conjunto de 229), são ainda preliminares. As projeções costumam ser ajustadas depois de sua divulgação -geralmente feita durante uma entrevista coletiva e cercada de cuidados pelo governo.
A projeção para o biênio 2000-2001 foi ajustada para cima: os dados divulgados pelo governo FHC falavam em 15.787 km2, uma redução de 13% em relação ao consolidado para 1999-2000. Após o ajuste, os números de 2000-2001 subiram para 18.166 km2.
Questionamentos do MMA em relação à metodologia adotada pelo instituto fizeram com que a Secretaria de Coordenação da Amazônia decidisse não mais adotar os dados do Inpe para planejar suas atividades de intervenção na floresta.
Segundo Allegretti, os números são importantes porque dão uma visão geral da região, mas se concentram em regiões já alteradas, onde não há muito que desmatar.


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