São Paulo, sábado, 27 de março de 2010

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Fundo Amazônia esbarra em falta de projetos, diz Minc

Programa já tem R$ 400 mi à disposição mas só desembolsou até agora R$ 70,3 mi em 5 projetos

DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO

Com cerca de R$ 400 milhões à disposição, fruto dos primeiros repasses feitos pela Noruega (no total, o país promete liberar US$ 1 bilhão até 2015), o Fundo Amazônia esbarra na falta de projetos bem estruturados por parte de prefeituras, governos estaduais, empresas e entidades da sociedade civil. Até agora, cinco projetos foram aprovados, no valor de R$ 70,3 milhões - os desembolsos ocorrerão ao longo dos próximos anos.
"Os doadores reclamam da baixa capacidade de execução", disse ontem o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, ao participar do lançamento do livro "Amazônia em Debate: Oportunidades, Desafios e Soluções", editado pelo BNDES. Segundo ele, o assunto foi discutido anteontem com o presidente do banco, Luciano Coutinho.
O BNDES é o gestor do fundo e responde tanto pela captação dos recursos quando por seleção e acompanhamento dos projetos. Podem ser contempladas iniciativas que colaborem para a prevenção, o monitoramento e o combate ao desmatamento ou que promovam o uso sustentável da floresta. Os recursos não são reembolsados ao banco nem aos doadores - por enquanto, a Noruega é o único contribuidor.
De acordo com Minc, na reunião ficou acertado um esforço conjunto para melhorar a qualidade dos projetos apresentados ao banco. O objetivo, segundo o ministro, é agilizar o processo sem perder o rigor.
"Projetos financeiros existem desde que o mundo é mundo. Projetos ambientais estão sendo construídos agora, a quatro mãos", diz o superintendente da área de meio ambiente do BNDES, Sérgio Weguelin.
Segundo ele, os cinco projetos já aprovados resultaram em ações em grandes territórios da Amazônia. Um deles, de iniciativa do terceiro setor, paga R$ 50 a 7.000 famílias do Amazonas que recebem capacitação para desenvolver atividades sustentáveis, como coleta e beneficiamento da castanha.
Além dos projetos aprovados, há outros oito já enquadrados, ou seja, em fase final de análise. Na próxima segunda-feira, serão mais quatro. Juntos, totalizam cerca de R$ 100 milhões. Na carteira do fundo há 53 propostas para análise.
Weguelin disse também que o BNDES iniciou neste mês negociações com 12 países da Europa e da Ásia para tentar angariar recursos para o Fundo Amazônia. Além desses, há conversas com a Alemanha.
Sem dar detalhes, Minc anunciou que, até o fim do primeiro semestre, será criado o Fundo Cerrado.


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