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Fundo Amazônia
esbarra em falta
de projetos, diz Minc
Programa já tem R$ 400 mi à disposição mas só desembolsou até agora R$ 70,3 mi em 5 projetos
DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO
Com cerca de R$ 400 milhões à disposição, fruto dos
primeiros repasses feitos pela
Noruega (no total, o país promete liberar US$ 1 bilhão até
2015), o Fundo Amazônia esbarra na falta de projetos bem
estruturados por parte de prefeituras, governos estaduais,
empresas e entidades da sociedade civil. Até agora, cinco projetos foram aprovados, no valor
de R$ 70,3 milhões - os desembolsos ocorrerão ao longo dos
próximos anos.
"Os doadores reclamam da
baixa capacidade de execução",
disse ontem o ministro do Meio
Ambiente, Carlos Minc, ao participar do lançamento do livro
"Amazônia em Debate: Oportunidades, Desafios e Soluções", editado pelo BNDES. Segundo ele, o assunto foi discutido anteontem com o presidente do banco, Luciano Coutinho.
O BNDES é o gestor do fundo
e responde tanto pela captação
dos recursos quando por seleção e acompanhamento dos
projetos. Podem ser contempladas iniciativas que colaborem para a prevenção, o monitoramento e o combate ao desmatamento ou que promovam
o uso sustentável da floresta.
Os recursos não são reembolsados ao banco nem aos doadores
- por enquanto, a Noruega é o
único contribuidor.
De acordo com Minc, na reunião ficou acertado um esforço
conjunto para melhorar a qualidade dos projetos apresentados ao banco. O objetivo, segundo o ministro, é agilizar o
processo sem perder o rigor.
"Projetos financeiros existem desde que o mundo é mundo. Projetos ambientais estão
sendo construídos agora, a quatro mãos", diz o superintendente da área de meio ambiente do BNDES, Sérgio Weguelin.
Segundo ele, os cinco projetos já aprovados resultaram em
ações em grandes territórios da
Amazônia. Um deles, de iniciativa do terceiro setor, paga R$
50 a 7.000 famílias do Amazonas que recebem capacitação
para desenvolver atividades
sustentáveis, como coleta e beneficiamento da castanha.
Além dos projetos aprovados, há outros oito já enquadrados, ou seja, em fase final de
análise. Na próxima segunda-feira, serão mais quatro. Juntos, totalizam cerca de R$ 100
milhões. Na carteira do fundo
há 53 propostas para análise.
Weguelin disse também que
o BNDES iniciou neste mês negociações com 12 países da Europa e da Ásia para tentar angariar recursos para o Fundo
Amazônia. Além desses, há
conversas com a Alemanha.
Sem dar detalhes, Minc
anunciou que, até o fim do primeiro semestre, será criado o
Fundo Cerrado.
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