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Telescópios revelam impacto que
pode ter envolvido planeta terrestre
DA REPORTAGEM LOCAL
Cerca de mil anos atrás, um impacto violentíssimo teve lugar
num sistema planetário não muito longe daqui. Agora, astrônomos auxiliados pelos observatórios Gemini Norte e Keck, ambos
no Havaí, descobriram os destroços desse massacre. O achado pode ajudar a entender como planetas se formam e evoluem Universo afora. Pode também, quem sabe, indicar o nascimento de um
par parecido com a Terra e a Lua.
É a primeira vez que se observa
um disco como esse -um indicativo forte de que pelo menos a
matéria-prima de que são feitos
planetas terrestres está disponível
na órbita certa em outras estrelas.
O disco está mais ou menos na
posição equivalente à da órbita da
Terra, mas ao redor de uma estrela na constelação de Áries, identificada pelo código BD+20 307.
Vários outros discos parecidos já
foram vistos em outras estrelas
antes, mas bem mais longe do astro central, na região equivalente
à do cinturão de Kuiper, reservatório de cometas postado além da
órbita de Netuno.
A estrela estudada é um astro
relativamente jovem, com cerca
de 300 milhões de anos. Apesar
disso, se planetas surgiram ao seu
redor, já estão todos prontos.
O disco que os astrônomos liderados por Inseok Song, do Observatório Gemini, viram é, portanto, o resultado de alguma colisão
posterior à formação dos planetas
locais. Pelo tipo de poeira observada, os astrônomos imaginam
que ele deve ser resultado de um
evento violento de impacto que
ocorreu pouco tempo atrás -mil
anos, eles estimam.
Os cientistas também acham
que o disco é sinal de um planeta
terrestre naquela região. "A composição e quantidade de poeira
poderiam ser explicadas por colisões recentes e freqüentes entre
asteróides cujas órbitas estão sendo perturbadas por um planeta
próximo", escreveram, em artigo
na última edição da revista científica "Nature" (www.nature.com).
"A quantidade de poeira quente
perto de BD+20 307 é tão sem
precedentes que eu não ficaria
surpreso se tivesse sido o resultado de uma colisão maciça entre
objetos do tamanho de planetas.
Por exemplo, uma colisão como a
que muitos cientistas acreditam
que tenha formado a Lua", disse
Benjamin Zuckerman, da Universidade da Califórnia em Los Angeles, um dos autores.
(SN)
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