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Sangue menstrual pode ter uso terapêutico
DA ENVIADA A ÁGUAS DE LINDOIA (SP)
A medula óssea ainda é
uma das principais fontes de
células-tronco, mas a variedade de métodos não para de
crescer. Cientistas apostam
agora no sangue menstrual
como alternativa.
O material, normalmente
desprezado nas pesquisas
tradicionais, é a matéria-prima da pesquisadora Regina
Coeli Goldenberg, da UFRJ, a
pioneira da técnica no Brasil.
Resultados em laboratório
mostram que o sangue menstrual tem capacidade de diferenciação (ou seja, de assumir o papel de vários tecidos)
semelhante à da medula.
"O sangue menstrual é
uma fonte excelente porque
é eficaz e não invasivo. Isso o
diferencia de outros métodos
alternativos, como a retirada
do tecido de gordura", diz.
A coleta é muito semelhante ao de um exame de
urina. No dia de maior fluxo
menstrual, as voluntárias colhem o sangue usando um
potinho redondo com antibióticos e anticoagulantes.
De acordo com a cientista,
as mulheres têm sido bastante receptivas, e o projeto já
tem 12 voluntárias regulares.
"Elas realmente dão o sangue pela ciência", brinca.
O estudo contempla todos
os tipos sanguíneos. A única
restrição é quanto às boas
condições de saúde.
Os resultados do trabalho,
que começou há quase três
anos, são promissores, de
acordo com Goldenberg. Entre outras coisas, as células já
se mostraram capazes de
substituir os fibroblastos de
camundongos, células que
hoje são a "cama" de cultivo
de outras células-tronco.
(GM)
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