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Gene e filhos podem
elevar risco de câncer
GABRIELA SCHEINBERG
da Reportagem Local
A gravidez precoce e um grande
número de filhos, fatores considerados protetores do câncer de
mama, não exercem a mesma
função em mulheres com predisposição genética para a doença.
Essa foi a conclusão de um estudo da Universidade de Toronto,
no Canadá, publicado hoje na revista britânica "The Lancet".
Alterações genéticas, como a
mutação dos genes BRCA1 e
BRCA2, aumentam o risco do
câncer de mama. Mas ter a mutação desses genes não é garantia de
que a mulher terá a doença.
O estudo, realizado com 470
mulheres, descobriu que, nas que
tinham a mutação genética, a gravidez apresentou um efeito oposto: em vez de proteger, aumentou
o risco de câncer de mama.
Portadoras do problema genético que tiveram filhos apresentaram um risco maior de desenvolver o câncer na mama antes dos
40 anos do que as que não engravidaram. Segundo o estudo, com
cada gravidez, aumenta o risco de
a mulher ter o mal.
Normalmente, a gravidez antes
dos 24 anos confere à mulher uma
proteção contra a doença. O mesmo acontece com as que têm um
grande número de filhos.
Isso acontece porque, durante a
gravidez, a mulher produz grandes quantidades de progesterona,
hormônio que causa um efeito
protetor na mama, segundo o
mastologista Roberto Higg, professor da Faculdade de Medicina
da Universidade de São Paulo.
Na amamentação, a mulher deixa de ovular, o que reduz a produção de estrógeno, hormônio promotor do câncer de mama. "Mas
o estrógeno não causa a doença,
apenas aumenta o risco", afirma.
O câncer de mama deverá provocar 7.300 mortes este ano no
Brasil, e 31,2 mil mulheres devem
ter o mal diagnosticado, segundo
estimativas do Instituto Nacional
do Câncer (Inca).
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