São Paulo, Sábado, 27 de Novembro de 1999


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Gene e filhos podem elevar risco de câncer

GABRIELA SCHEINBERG
da Reportagem Local

A gravidez precoce e um grande número de filhos, fatores considerados protetores do câncer de mama, não exercem a mesma função em mulheres com predisposição genética para a doença.
Essa foi a conclusão de um estudo da Universidade de Toronto, no Canadá, publicado hoje na revista britânica "The Lancet".
Alterações genéticas, como a mutação dos genes BRCA1 e BRCA2, aumentam o risco do câncer de mama. Mas ter a mutação desses genes não é garantia de que a mulher terá a doença.
O estudo, realizado com 470 mulheres, descobriu que, nas que tinham a mutação genética, a gravidez apresentou um efeito oposto: em vez de proteger, aumentou o risco de câncer de mama.
Portadoras do problema genético que tiveram filhos apresentaram um risco maior de desenvolver o câncer na mama antes dos 40 anos do que as que não engravidaram. Segundo o estudo, com cada gravidez, aumenta o risco de a mulher ter o mal.
Normalmente, a gravidez antes dos 24 anos confere à mulher uma proteção contra a doença. O mesmo acontece com as que têm um grande número de filhos.
Isso acontece porque, durante a gravidez, a mulher produz grandes quantidades de progesterona, hormônio que causa um efeito protetor na mama, segundo o mastologista Roberto Higg, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Na amamentação, a mulher deixa de ovular, o que reduz a produção de estrógeno, hormônio promotor do câncer de mama. "Mas o estrógeno não causa a doença, apenas aumenta o risco", afirma.
O câncer de mama deverá provocar 7.300 mortes este ano no Brasil, e 31,2 mil mulheres devem ter o mal diagnosticado, segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca).


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