Mariana Bazo/Reuters

O fóssil de ave com 10 milhões de anos, em ótimo estado de conservação, encontrado numa região desértica no sul do Peru

DA REUTERS

Paleontólogos trabalhando no Peru encontraram um fóssil de uma ave que viveu há 10 milhões de anos. O anúncio ocorreu ontem em Lima, após o retorno da equipe de pesquisa do local das escavações, na costa desértica do país.
A envergadura das asas da ave chega aos seis metros de comprimento. A espécie, disseram os cientistas, deveria se alimentar de peixes, item bastante disponível no Pacífico.
Segundo o pesquisador Mário Urbina, do Museu Nacional de História Natural do Peru, o fóssil é de uma espécie que surgiu na Terra há 50 milhões de anos e, por causa de mudanças climáticas, desapareceu faz 2,5 milhões de anos.
"O crânio do pássaro, que pertence à família Pelagornithidae, é o mais completo desse tipo já encontrado no mundo. Fósseis como esse são difíceis de encontrar", disse Urbina. A descoberta da rara peça fossilizada ocorreu na cidade de Ocucaje, na região peruana de Ica, sul do país.
Na área, existem antigos terraços marinhos de clima seco, verdadeiros paraísos para os caçadores de fósseis. "O local tem sedimentos marinhos. O fóssil estava com fragmentos de baleias, tubarões e tartarugas", disse Urbina.
No tempo da morte da ave, a costa do Peru era quente e chuvosa, mas milhões de anos depois, ela está mais fria e seca, afirma o pesquisador peruano. O fóssil de 4,8 metros de comprimento será exposto a partir de sábado em uma exposição no museu.
O pássaro fossilizado tem algumas características peculiares, como dentes na parte superior do bico, além das grandes asas, que eram menos eficientes do que as que existem nos pássaros hoje.
"Esse animal provavelmente capturava seu alimento primeiro, mas o engolia depois, durante o voo. Ele também deveria ter dificuldades em decolar", disse Urbina.


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