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São Paulo, quinta-feira, 28 de agosto de 2003

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VLS-1

Governo federal já inicia estudos para dar início à retomada do programa do veículo lançador de satélites nacional

Plataforma do foguete custará R$ 10 mi

SALVADOR NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo já iniciou os estudos para retomar o programa do VLS-1. Um documento preliminar circulando internamente no Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e na Agência Espacial Brasileira (AEB) aponta que só a reconstrução da instalação usada para os lançamentos do foguete custará R$ 10 milhões.
O valor é equivalente a quase 14% do total gasto no projeto desde o início de sua implementação, nos anos 1980. Segundo a AEB, até hoje foram gastos cerca de R$ 73 milhões em desenvolvimento, infra-estrutura para o lançamento e três protótipos do VLS-1 (Veículo Lançador de Satélites).
A Torre Móvel de Integração -prédio que é usado para a preparação do foguete na plataforma de lançamento- foi totalmente destruída pelo acidente que matou 21 pessoas na última sexta-feira, no Centro de Lançamento de Alcântara (MA). Na ocasião, um dos propulsores do primeiro estágio do foguete foi acidentalmente acionado, causando um incêndio.
Nenhum dos equipamentos ou sistemas envolvidos pôde ser recuperado. A torre, uma complexa peça de engenharia que pode ser recolhida para permitir o lançamento, originalmente custou R$ 6,5 milhões, em 1995. Agora, custará cerca de R$ 10 milhões, e para refazê-la será preciso pelo menos um ano e meio de trabalho.
AEB e MCT também discutem o número de técnicos e engenheiros que precisarão ser contratados para completar os quadros do CTA (Centro Técnico Aeroespacial), em São José dos Campos. O número ainda não foi fechado.
Mesmo com as contratações, não será tão simples recuperar o material humano. O major-brigadeiro Tiago Ribeiro, que coordenava a operação de lançamento em Alcântara antes do acidente, disse que será preciso de três a quatro anos para treinar pessoal nas funções que ocupavam os funcionários perdidos.
As propostas para a retomada dos trabalhos ainda não foram apresentadas ao Ministério da Defesa. Do orçamento do programa espacial para 2003 (um total de R$ 78 milhões, dos quais pouco menos da metade é administrado pela AEB), apenas R$ 4,5 milhões são destinados ao CTA.
O custo de recontratação, treinamento, fabricação e montagem do quarto protótipo e da plataforma de lançamento do VLS deve exceder a faixa dos R$ 20 milhões.


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