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VLS-1
Governo federal já inicia estudos para dar início à retomada do programa do veículo lançador de satélites nacional
Plataforma do foguete custará R$ 10 mi
SALVADOR NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo já iniciou os estudos
para retomar o programa do
VLS-1. Um documento preliminar circulando internamente no
Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e na Agência Espacial
Brasileira (AEB) aponta que só a
reconstrução da instalação usada
para os lançamentos do foguete
custará R$ 10 milhões.
O valor é equivalente a quase
14% do total gasto no projeto desde o início de sua implementação,
nos anos 1980. Segundo a AEB,
até hoje foram gastos cerca de R$
73 milhões em desenvolvimento,
infra-estrutura para o lançamento e três protótipos do VLS-1 (Veículo Lançador de Satélites).
A Torre Móvel de Integração
-prédio que é usado para a preparação do foguete na plataforma
de lançamento- foi totalmente
destruída pelo acidente que matou 21 pessoas na última sexta-feira, no Centro de Lançamento de
Alcântara (MA). Na ocasião, um
dos propulsores do primeiro estágio do foguete foi acidentalmente
acionado, causando um incêndio.
Nenhum dos equipamentos ou
sistemas envolvidos pôde ser recuperado. A torre, uma complexa
peça de engenharia que pode ser
recolhida para permitir o lançamento, originalmente custou R$
6,5 milhões, em 1995. Agora, custará cerca de R$ 10 milhões, e para
refazê-la será preciso pelo menos
um ano e meio de trabalho.
AEB e MCT também discutem o
número de técnicos e engenheiros
que precisarão ser contratados
para completar os quadros do
CTA (Centro Técnico Aeroespacial), em São José dos Campos. O
número ainda não foi fechado.
Mesmo com as contratações,
não será tão simples recuperar o
material humano. O major-brigadeiro Tiago Ribeiro, que coordenava a operação de lançamento
em Alcântara antes do acidente,
disse que será preciso de três a
quatro anos para treinar pessoal
nas funções que ocupavam os
funcionários perdidos.
As propostas para a retomada
dos trabalhos ainda não foram
apresentadas ao Ministério da
Defesa. Do orçamento do programa espacial para 2003 (um total
de R$ 78 milhões, dos quais pouco menos da metade é administrado pela AEB), apenas R$ 4,5
milhões são destinados ao CTA.
O custo de recontratação, treinamento, fabricação e montagem
do quarto protótipo e da plataforma de lançamento do VLS deve
exceder a faixa dos R$ 20 milhões.
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