São Paulo, terça-feira, 29 de maio de 2001

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MUSEUS

Projeto cria espaço interativo de ciência e área maior para exibição dos acervos de zoologia e etnografia no campus

USP terá espaço integrado de exposição


FREE-LANCE PARA A FOLHA

A Universidade de São Paulo terá uma praça de museus, com construção prevista para começar até o início de 2002. O projeto, ambicioso, prevê a integração das atividades de pesquisa, ensino e extensão (voltadas ao público em geral) dos mais diversos campos do conhecimento, numa área de 120.000 m2.
Além do museu de Zoologia e o de Arqueologia e Etnologia (MAE), que funcionam em outros prédios e precisam de mais espaço, a praça prevê a construção de um Museu de Ciências, que vai englobar virtualmente todos os acervos da USP e terá um conselho gestor, cujo presidente será José Carlos Teixeira de Barros, da Escola Politécnica.
Um pré-projeto -cuja maquete foi produzida pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU)-, foi aprovado pelo Ministério da Cultura.
A aprovação garantiu a liberação de uma verba correspondente a 10% dos R$ 57 milhões previstos no orçamento.O restante terá de ser obtido por meio de parcerias com a iniciativa privada.
Um prédio cilíndrico abrigará o Museu de Ciências, e dois prédios cúbicos abrigarão os outros.
A captação de recursos é necessária para a elaboração do projeto definitivo. A obra tem duração estimada em dois anos. "As obras deveriam ter começado no ano passado, mas a universidade não tem condições de arcar com todos os custos", disse Sérgio Muniz Oliva, assessor da pró-reitoria de Cultura e Extensão Universitária.
"Quanto antes começarem, melhor, porque acervo não falta, como acontece em muitos museus", afirma. "O que falta é um espaço adequado para expor o material."

Instalações
Pelo menos no pré-projeto, espaço não falta. Para exposições, foram reservados 8.700 m2. As salas de aula previstas ocuparão outros 5.000 m2. E as atividades de pesquisa contarão com 1.070 m2. Haverá, ainda, três auditórios de 200 lugares -um por museu-, além de um auditório de 800 lugares para eventos maiores e um estacionamento para cem veículos. Oficinas, ateliês, um teatro, um anfiteatro, uma biblioteca, um café e uma área verde completam o espaço.
O local onde a praça será construída ainda não foi definido. A idéia é escolher uma área de acesso fácil por fora do campus -provavelmente pela avenida Corifeu de Azevedo Marques-, para que a praça fique aberta ao público nos finais de semana. O campus normalmente fica fechado aos sábados e domingos para quem não trabalha ou estuda na universidade.
Até a construção ficar pronta, os museus de Zoologia e de Arqueologia e Etnologia continuam funcionando normalmente.
"Na praça, o Museu de Zoologia poderá funcionar perto do Instituto de Biociências", afirma Miguel Rodrigues, diretor do museu.
Para a arqueóloga Paula Monteiro, diretora do Museu de Arqueologia e Etnologia, a iniciativa terá grande impacto. "O acervo de que dispomos é muito grande, mas a maior parte tem ficado inacessível ao público", afirmou. "Uma cidade do porte de São Paulo não pode deixar de ter seu museu do Homem, como outras metrópoles do mundo têm." (FLAVIA NATÉRCIA)

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