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TRANSGÊNICOS
Comissão retoma diálogo com ONGs em política de biossegurança
CTNBio quer o apoio da sociedade
LUCIANA CONSTANTINO
COORDENADORA DE COTIDIANO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Na tentativa de se aproximar da
comunidade científica e de organizações não-governamentais para discutir a política de biossegurança no Brasil, a CTNBio inicia
em agosto uma série de reuniões
para tratar de assuntos relacionados aos organismos geneticamente modificados (OGMs).
O primeiro encontro, nos dias 9
e 10 de agosto, será sobre o código
de ética na manipulação genética.
Desde que foi regulamentada,
em 1996, a CTNBio (Comissão
Técnica Nacional de Biossegurança) recebe críticas que incluem a
falta de transparência e a não colocação de documentos, atas, notas e decisões de processos à disposição de interessados.
A comissão também teve várias
decisões contestadas na Justiça.
Em alguns casos, a sentença contrária foi em primeira instância.
"Ou tentamos corrigir o passado ou nos preocupamos com a
política a ser adotada. Acho que
precisamos nos preocupar com
daqui para a frente", afirmou Esper Cavalheiro, presidente da comissão, ao responder sobre a postura adotada pela gestão anterior.
Médico neurologista, Cavalheiro está na presidência da CTNBio
desde março, quando substituiu
Leila Oda, e tem entre as prioridades uma nova avaliação das normas internas de risco para a liberação de transgênicos.
"A lei e a medida provisória que
tratam da comissão vieram em
um momento de demanda [tanto
da comunidade científica quanto
da sociedade". Não houve tempo
de preparar uma política clara.
Estamos tentando entender o
problema e fazer a sociedade participar", disse Cavalheiro.
Para isso, ele se reuniu anteontem em Brasília com representantes da Campanha Nacional por
um Brasil Livre de Transgênicos e
recebeu uma pauta com reivindicações. Entre elas estão a adoção
de consultas públicas e a regulamentação de estudos.
"Estamos esperançosos, mas
não vamos aceitar apenas boas intenções", disse Andrea Salazar,
advogada e representante do Idec
(Instituto de Brasileiro de Defesa
do Consumidor) na campanha,
criada em 1999 e desenvolvida por
nove ONGs brasileiras.
Segundo Cavalheiro, a política
de biossegurança será montada
após as reuniões, que começam
em agosto e vão discutir desde o
impacto de transgênicos para o
ambiente até a saúde humana e a
manipulação genética.
O prazo previsto para finalizar o
documento é de seis a oito meses.
"Depois de pronto, ele será colocado para consulta pública", afirmou o presidente da CTNBio.
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