São Paulo, sábado, 30 de agosto de 2003 |
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VLS-1 Equipe de investigação incluirá integrantes da comunidade científica e das famílias; indenizações alcançarão R$ 100 mil Comissão terá membros de fora do projeto
HUMBERTO MEDINA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA Três membros da comunidade acadêmica e um representante das famílias das vítimas do acidente com o VLS-1 (Veículo Lançador de Satélites) participarão das investigações para determinar as causas do acidente que matou, há oito dias, 21 técnicos do CTA (Centro Técnico Aeroespacial) na base de Alcântara. O acidente teria causado prejuízos da ordem de R$ 100 milhões, informou ontem o governo. Hoje a comissão é composta por oito membros, ligados ao CTA (Centro Técnico Aeroespacial) e ao IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço). Com as mudanças, ela passará a ter 12 integrantes. A decisão foi tomada, de acordo com o ministro José Viegas (Defesa), "com o objetivo de materializar a total transparência com que se está conduzindo o episódio". Os nomes dos membros da comunidade acadêmica que irão participar da comissão serão indicados em listas tríplices pelas seguintes entidades: Academia Brasileira de Ciências, Sociedade Brasileira de Física e SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência). Caberá ao governo decidir os nomes que irão para a comissão, entre os oferecidos por essas entidades. Apesar disso, o ministro disse que não haverá veto nem "filtro" em relação aos nomes oferecidos. Viegas disse que a substituição no comando das investigações do acidente -a troca do coronel-aviador Antonio Carlos Cerri, envolvido no projeto, pelo brigadeiro-do-ar Marco Antônio Couto do Nascimento, como a Folha antecipou ontem- teve por meta dar mais "distanciamento emocional" às investigações. Segundo o ministro, Couto do Nascimento "não tem envolvimento direto com o projeto do VLS, tanto quanto eu saiba, o que lhe dá um certo distanciamento, que é conveniente que haja, um distanciamento emocional". O ministro informou também que a Polícia Federal e o Ministério Público Federal vão participar do IPM (Inquérito Policial Militar) que vai apurar de quem foi a responsabilidade pelo acidente. O governo decidiu enviar projeto ao Congresso estabelecendo em R$ 100 mil o valor da indenização a ser paga a cada uma das famílias das 21 vítimas do acidente. O governo vai também dar bolsas de estudo para os filhos dos técnicos mortos no acidente até o final do curso universitário. Além da indenização e da bolsa, as famílias terão direito às pensões normais, previstas em lei. Viegas, que fez a estimativa do prejuízo ontem, disse que espera ter, em 2004, mais recursos do que teve este ano. Ou seja, mais de R$ 33 milhões. Viegas disse que a meta "do coração" do governo, para tentar novamente lançar o VLS, é o ano de 2006. O ministro ressaltou, no entanto, que essa meta "do coração" estava sendo feita ainda sem informações a respeito da quantidade de recursos que o governo terá disponíveis para investir no programa espacial. Próximo Texto: Missa homenageia técnicos mortos Índice |
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