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Gastos de 2004
com VLS-1 ainda
são incertos
SALVADOR NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A verba que estará disponível
ao programa do VLS-1 no ano
que vem ainda é uma incógnita, apesar da apresentação dos
principais pontos do projeto de
Orçamento de 2004, que foi enviado anteontem ao Congresso
pela Presidência da República.
A sinopse divulgada à imprensa só lista os recursos do
Ministério da Ciência e Tecnologia para o desenvolvimento
do Veículo Lançador de Satélites, cerca de R$ 4,3 milhões.
Ocorre que os recursos destinados ao VLS-1 não vêm somente do MCT. O projeto é
conduzido em cooperação
com o Ministério da Defesa, e
os recursos dessa pasta destinados ao veículo lançador ainda não foram anunciados.
Além disso, o ministro da
Ciência e Tecnologia, Roberto
Amaral, disse ontem por telefone que ainda podem ocorrer
mudanças na quantia destinada ao foguete no ano que vem,
em sua pasta. "A proposta do
Orçamento já estava pronta
antes desse acidente", afirmou.
"Esses recursos poderão ser remanejados depois."
Segundo Amaral, todo o cronograma do projeto será revisto para atender a uma determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que anunciou
a intenção de lançar o quarto
protótipo do VLS-1 antes do
fim de seu mandato, em 2006.
Um estudo conduzido pela
Agência Espacial Brasileira estimou em cerca de R$ 10 milhões o custo da reconstrução
da infra-estrutura da base de
lançamento, em Alcântara
(MA). A Torre Móvel de Integração -prédio usado para
preparar o foguete- levaria
um ano e meio para ser refeita.
O custo de cada protótipo do
VLS-1 é estimado em R$ 19,5
milhões. Algumas das peças do
quarto veículo já foram adquiridas, mas dificilmente será
possível montar um novo lançador sem mais R$ 10 milhões a
R$ 15 milhões. O custo total para um quarto lançamento, incluindo verba para contratação
e treinamento de pessoal, deve
ultrapassar R$ 20 milhões.
A maior dificuldade a ser superada deve ser mesmo a compensação pelas perdas humanas. Após o acidente, o brigadeiro-do-ar Tiago Ribeiro, que
coordenava a operação em Alcântara, disse que levaria de
três a quatro anos para treinar
técnicos e engenheiros nas funções exercidas pelos funcionários perdidos. Se a estimativa
estiver correta, será impossível
cumprir a meta estipulada por
Lula sem comprometer a qualificação dos envolvidos na próxima operação de lançamento.
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