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São Paulo, sábado, 30 de agosto de 2003

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Gastos de 2004 com VLS-1 ainda são incertos

SALVADOR NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A verba que estará disponível ao programa do VLS-1 no ano que vem ainda é uma incógnita, apesar da apresentação dos principais pontos do projeto de Orçamento de 2004, que foi enviado anteontem ao Congresso pela Presidência da República.
A sinopse divulgada à imprensa só lista os recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia para o desenvolvimento do Veículo Lançador de Satélites, cerca de R$ 4,3 milhões.
Ocorre que os recursos destinados ao VLS-1 não vêm somente do MCT. O projeto é conduzido em cooperação com o Ministério da Defesa, e os recursos dessa pasta destinados ao veículo lançador ainda não foram anunciados.
Além disso, o ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, disse ontem por telefone que ainda podem ocorrer mudanças na quantia destinada ao foguete no ano que vem, em sua pasta. "A proposta do Orçamento já estava pronta antes desse acidente", afirmou. "Esses recursos poderão ser remanejados depois."
Segundo Amaral, todo o cronograma do projeto será revisto para atender a uma determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que anunciou a intenção de lançar o quarto protótipo do VLS-1 antes do fim de seu mandato, em 2006.
Um estudo conduzido pela Agência Espacial Brasileira estimou em cerca de R$ 10 milhões o custo da reconstrução da infra-estrutura da base de lançamento, em Alcântara (MA). A Torre Móvel de Integração -prédio usado para preparar o foguete- levaria um ano e meio para ser refeita.
O custo de cada protótipo do VLS-1 é estimado em R$ 19,5 milhões. Algumas das peças do quarto veículo já foram adquiridas, mas dificilmente será possível montar um novo lançador sem mais R$ 10 milhões a R$ 15 milhões. O custo total para um quarto lançamento, incluindo verba para contratação e treinamento de pessoal, deve ultrapassar R$ 20 milhões.
A maior dificuldade a ser superada deve ser mesmo a compensação pelas perdas humanas. Após o acidente, o brigadeiro-do-ar Tiago Ribeiro, que coordenava a operação em Alcântara, disse que levaria de três a quatro anos para treinar técnicos e engenheiros nas funções exercidas pelos funcionários perdidos. Se a estimativa estiver correta, será impossível cumprir a meta estipulada por Lula sem comprometer a qualificação dos envolvidos na próxima operação de lançamento.


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