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Ratas insones ficam com "super-TPM"
Roedoras privadas de sono durante o período pré-menstrual chegaram a agredir machos em estudo da Unifesp
Se a noite mal dormida
se dava no período fértil
das fêmeas, reação era
invertida, com aumento
da libido e da cópula
GIULIANA MIRANDA
ENVIADA A ÁGUAS DE LINDOIA (SP)
Noites mal dormidas podem potencializar o comportamento agressivo e a falta de
interesse sexual no período
que antecede a menstruação.
Pelo menos em ratas.
A conclusão é de uma pesquisa feita pela Unifesp (Universidade Federal de São
Paulo), que analisou a resposta sexual das fêmeas à
privação de sono.
Os cientistas descobriram
que o comportamento das
roedoras variava de acordo
com o estágio do ciclo reprodutivo em que o período insone começava. Quando iniciavam o experimento no
equivalente à TPM das mulheres, o resultado era o aumento da rejeição à cópula.
A agressividade também
se potencializou e, em alguns
casos, as ratas partiram para
o ataque e agrediram os machos insistentes. "Elas se levantam e começam a brigar.
Parece uma luta de boxe",
diz Monica Andersen, uma
das autoras do estudo.
LIBIDO EM ALTA
Se a privação do sono
acontecia quando as ratas estavam no período reprodutivo ou próximo dele, o resultado era o contrário: o desejo
pelo macho ficava maior.
Além de caprichar nos sinais corporais que indicam
interesse sexual, como mexer as orelhas e correr em volta do macho, as ratinhas chegavam a procurar a cópula.
Uma das principais razões
para essas variações é a concentração do hormônio feminino progesterona.
Ratas com mais desejo sexual tinham pouco da substância, enquanto as que não
queriam saber do macho estavam com níveis altos. Quatro noites mal dormidas são o
suficiente para dar um nó
nas reações das ratinhas.
Elas não foram privadas
completamente do sono,
apenas da fase dos sonhos: o
estágio de REM (movimento
rápido dos olhos, em inglês).
"É perfeitamente possível
que uma pessoa fique quatro
noites praticamente sem dormir. Muitos alunos em fase
de provas ou até médicos de
plantão vivem situações assim", diz Andersen.
Os resultados em seres humanos, no entanto, precisariam levar em consideração
"muitos outros fatores", afirmou Andersen. Segundo ela,
condições psicológicas, o fato de tomar ou não anticoncepcionais ou de ter um parceiro sexual fixo interfeririam nos resultados.
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