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Estudo de DNA afirma que
múmia italiana Ötzi não
tem descendentes vivos
Edson Silva/Folha Imagem
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Corpo mumificado de Ötzi, achado em 1991 no Tirol
DA REUTERS
Ötzi, a múmia da Idade do
Bronze achada nos Alpes italianos, não tem nenhum parente vivo, segundo um estudo publicado hoje. O veredicto foi dado por cientistas
italianos e britânicos, que seqüenciaram parte do DNA
do homem do gelo.
O grupo liderado por
Franco Rollo, da Universidade de Camerino, Itália, seqüenciou o genoma mitocondrial completo da múmia
de 5.300 anos. É a seqüência
do tipo mais antiga já obtida
de um ser humano moderno.
O DNA mitocondrial é
aquele contido nas mitocôndrias, as usinas de energia da
célula. Como só é passado de
mãe para filhos, é uma boa
ferramenta para revelar linhagens genéticas.
O que o genoma mitocondrial de Ötzi revelou foi que a
múmia pertence a uma linhagem própria. Apesar de
se encaixar do chamado haplogrupo (conjunto de linhagens) K1, que deu origem a
diversas linhagens humanas
na Europa, ele é diferente de
todas as sublinhagens existentes hoje (K1a, K1b e K1c).
Rollo e seus colegas afirmam
que ele pertence a um ramo
até agora desconhecido, que
eles chamaram de K1ö, ou
"ramo de Ötzi".
"Nossa pesquisa sugere
que a linhagem de Ötzi pode
de fato ter se extinguido",
disse Martin Richards, da
Universidade de Leeds (Reino Unido). Ele é co-autor da
análise, cujos resultados foram publicados no periódico
"Current Biology".
"Só saberemos ao certo ao
amostrar intensivamente os
vales alpinos onde Ötzi nasceu", continuou.
A descoberta contradiz
uma pesquisa anterior, publicada em 1994. Resultante
da análise de um trecho pequeno do DNA da múmia, o
estudo concluía que Ötzi tinha parentes na Europa.
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