São Paulo, domingo, 01 de outubro de 2006

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Piscina viva

Projeto que imita lago permite agregar peixes e plantas ao lazer aquático caseiro

Renato Stockler/Folha Imagem
Décio de Mello pratica mergulho contemplativo no "lago" que construiu no fundo do quintal de sua casa, com dez espécies de peixes e 20 de plantas


DÉBORA FANTINI
DA REPORTAGEM LOCAL

Nadar entre pedras, plantas e peixes, e não em meio à "imensidão" de azulejos. Para concretizar esse desejo, não é mais preciso trocar a piscina caseira comum ou a ida ao clube por um banho no lago ou no mar: há a opção da piscina biológica.
Transportar a beleza dos lagos de Bonito (MS) para o quintal de casa, porém, custa cerca de R$ 40 mil, preço de uma piscina biológica com 20 m2 -quatro vezes o custo de uma convencional de igual capacidade.
Rasa, ela não comporta braçadas olímpicas, mas faz a festa de crianças e realiza sonhos de infância de marmanjos como o editor Décio de Mello, 35, que queria nadar em um aquário.
Em sua casa, em São José do Rio Preto (440 km a noroeste de São Paulo), Mello tem, há oito anos, uma piscina de 20 m2 habitada por 20 espécies de plantas e dez de peixes.
A profundidade é de apenas um metro, o suficiente para mergulhos contemplativos com "snorkel" e para o lazer educativo da filha Nina, 4.
"Não é legal para bater pernas. Passo horas mergulhando e, mesmo a piscina sendo pequena, perco a noção de onde estou. À medida que a Nina for crescendo, vai ter ali aulas de equilíbrio ecológico", afirma.
Mello conta que teve dificuldade para encontrar uma empresa especializada na construção de piscinas biológicas, já que elas são pouco comuns no Brasil -ao contrário do que ocorre na Europa, sobretudo na Espanha e em Portugal, onde nem o rigoroso inverno desanima os entusiastas.
As piscinas biológicas européias seguem tendência rústica de água turva e fundo lodoso, habitat de peixes e até de rãs.

Água cristalina
Por aqui, o modelo requisitado é o de água cristalina. "Ninguém vai fazer um brejo no fundo de casa para nadar", compara o engenheiro agrônomo Guy Retz, 32, da Ecosys, empresa especializada na construção desse tipo de piscina.
Em apenas três dias, dá para mimetizar belezas que a natureza levou eras para formar.
A base pode ser de cimento ou de EPDM, tipo de borracha sintética ao mesmo tempo resistente a vazamentos e flexível ao design. Sobre ela, areia e pedras devem ser dispostas com cuidado para garantir a segurança dos banhistas.


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