São Paulo, domingo, 03 de fevereiro de 2008

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Lei emplaca energia solar

Construções com quatro ou mais banheiros têm de prever uso de energia do sol, mas projeto errado eclipsa a economia ecológica

Patricia Stavis/Folha Imagem
Luiz Nunes optou pelo aquecimento solar para valorizar sobrado à venda


GIOVANNY GEROLLA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Com a nova lei 14.459/07, edificações projetadas na cidade para ter quatro ou mais banheiros (incluindo lavabos) têm de prever a instalação de aquecedor solar de água.
O mais quente da notícia é que uma família de quatro pessoas que adotar o sistema poderá economizar pelo menos 30% por ano na conta de energia elétrica, segundo Carlos Felipe da Cunha Faria, diretor do Dasol (Departamento Nacional de Aquecimento Solar).
Mas a empolgação com esse dado poderá receber um banho de água fria se o consumidor queimar etapas ao projetar e instalar o equipamento.
Para aproveitar ao máximo o banho de sol, os cuidados começam na escolha da marca. "Muitas empresas ainda vendem sem selo de qualidade", comenta Luiz Olimpio Costi, presidente da Abrasip (Associação Brasileira de Engenharia de Sistemas Prediais).
"O critério é comprar equipamentos com selo do Inmetro [Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial]", responde Faria.
Ele indica ainda um segundo selo, o Qualisol, também do Inmetro, que certifica a qualidade do revendedor para instalar.
Na conta do investimento inicial, o aquecedor solar é a opção mais cara na comparação com gás e eletricidade.
"O gasto mínimo com um sistema simples, com duas placas coletoras e um reservatório de 200 litros, será de R$ 2.000", calcula Racine Prado, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.
Uma boa opção são modelos com válvulas que evitam o congelamento da água caso a temperatura caia demais, comprometendo as tubulações.

Projeto e uso
Para valer a pena, essa despesa tem de ser casada com um bom projeto de instalação. "Deve ser feito com o fornecedor, bem detalhado, para a máxima eficiência", alerta Prado.
Mas até a geografia da cidade pode complicar o bom aproveitamento da luz solar.
"A dificuldade é encontrar, em prédios muito altos, uma área apropriada à disposição ideal das placas, sem contar a solução hidráulica [é preciso um processo que não permita que o calor da água se dissipe pelas longas tubulações até o ponto de uso]", lembra Costi.
O sistema pede ainda cuidados com o aumento do consumo de água, calculado no projeto de instalação -multiplicação entre número de pessoas, número de banhos diários, tempo de cada um e vazão.
"Indicamos que se use água quente somente no chuveiro", diz Faria, para maior economia de água e energia.


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