São Paulo, domingo, 03 de fevereiro de 2008

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LEI EMPLACA ENERGIA SOLAR

Consumo chega a duplicar com sistema de placas; energia solar aquece até 70% da água da casa e pede complemento

Cálculo da economia inclui gasto de água

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Além do consumo de energia elétrica, outras variáveis, como o gasto de água, devem ser consideradas na hora de optar pelo aquecimento solar.
Por mais que o sistema seja bem dimensionado e projetado com a rede hidráulica, sistemas que fazem uso de misturadores, que é o caso do aquecimento solar ou a gás, acabam tendo consumo maior do insumo.
"Dependendo do usuário e do acessório [as duchas com misturador têm vazão a partir de 5 ou 6 litros/minuto], o gasto com água pode ser dobrado, se comparado ao do chuveiro elétrico [3,5 litros/minuto]", afirma Douglas Messina, pesquisador do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo).
"Na conta de água também interferem itens como a pressão, a distância do ponto de uso até o reservatório e os hábitos do usuário: quantos banhos ele toma por dia e quanto tempo cada banho demora."
No caso de aquecedores a gás, o gasto com a água também deve ser fator de cálculo dos custos mensais. Para quem gasta pouco tempo no banho e mora sozinho, o chuveiro elétrico ainda é mais econômico.
O preço de um aquecedor a gás de oito litros que gasta, em potência máxima, 1,27 m3 de gás/hora, é, em média, de R$ 360, segundo a Comgás (Companhia de Gás de São Paulo; www.comgas.com.br).
Já um chuveiro pode ser comprado por 10% desse valor, representando o menor investimento inicial para o banho.
Mas a melhor opção, segundo o pesquisador do IPT, é um sistema híbrido, ainda em estudo, que pré-aquece a água em placas coletoras de luz solar.
"Um chuveiro de baixa potência dá o complemento necessário, com pequeno volume de água e baixo consumo de eletricidade", prevê.
Faria lembra que, mesmo nos modelos disponíveis, "o aquecedor solar nunca é auto-suficiente; ele sempre vai precisar de um apoio". Assim, para os dias de tempo ruim, há um complemento elétrico ou a gás.
Segundo o especialista, é exigido que o aquecedor solar atenda a pelo menos 40% da demanda de água quente de uma residência, "podendo, na melhor das hipóteses [muito sol e posição ideal das placas], fornecer 60% ou até 70%".

Marketing
A nova legislação não é o único incentivo para que usuários e investidores adotem o aquecimento solar. Acreditando no apelo de marketing do equipamento, o comerciante Luís Nunes, 37, construía dois sobrados para venda quando resolveu se antecipar às decisões legais.
"As casas têm dois banheiros e um lavabo cada uma, e achei que o aquecedor solar agregaria valor, pois é um momento em que se pensa muito na economia de energia elétrica e na preservação do ambiente", diz.
Ele afirma que instalação, projeto e compra dos equipamentos encareceram a obra, e o valor final do imóvel subiu 5%. "Os tubos são especiais, para suportarem temperaturas de até 75C", conta.
"Mas calculo que o comprador da casa fará uma economia de ao menos 50% nas contas de energia elétrica", completa. (GG)


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