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Além do que estava escondido, as superfícies à mostra, castigadas por sujeira e intempéries, também ganham novo viço ao serem tratadas por restauradores.
Na cobertura, telhas escurecidas, que absorveram muita água devido a sua porosidade, geralmente são irrecuperáveis.
A saída é fazer ou comprar novas peças, já que elas ainda são fabricadas com os mesmos materiais e formatos de antigamente.
Os ladrilhos hidráulicos, por sua vez, são mais difíceis de reproduzir com o máximo de fidelidade ao original.
Quando uma parte do piso está deteriorada, pega-se uma peça em melhor estado para copiar textura, cor e espessura da areia.
Em uma fôrma metálica, o ladrilho é redesenhado e colocado para secar até que se obtenha a tonalidade correta. Esse é um processo difícil, já que há muita diferença entre a tonalidade do material seco e a do molhado.
Tijolos expostos costumam sofrer com a água. A argila das peças possui sais que se dissolvem no contato com umidade e infiltrações, dando origem a manchas brancas. São cloretos que migram com a água, formando as chamadas eflorescências, que provocam a deterioração do tijolo.
"Onde está muito prejudicado, o tijolo será raspado, ou, se necessário, substituído. Removem-se as manchas e aplica-se um hidrorrepelente, que impede a passagem de água do ambiente externo para o interno, mas não a "transpiração" da parede de dentro para fora", ensina a arquiteta e restauradora Gabriela Kozlowski.

Manutenção permanente
No caso das madeiras, para evitar futuros problemas com pragas, pulveriza-se um pesticida. Também é possível injetar o remédio em buracos feitos por brocas muito finas.
As novas necessidades do imóvel, como mais pontos de eletricidade para eletrodomésticos, também requerem ponderação e, às vezes, atualização das estruturas.
Se o uso da lavadora de roupas em vez do tanque exige de um antigo imóvel novas instalações elétricas, elas devem ser construídas de tal forma que não destruam um mural ou afresco.
Para que tudo não volte a ser como antes, a morada recuperada pede cuidado constante.
"Um processo de restauração nunca termina. É preciso limpar e refazer periodicamente algumas partes do trabalho", declara o restaurador Julio Moraes. (GG)


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