São Paulo, domingo, 04 de junho de 2006

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QUAL É O MELHOR TUBO?

PP e PEAD são os mais baratos e saudáveis

Preço do cobre aumentou 71% desde janeiro; ambientalistas contestam PVC por ter componentes tóxicos

Renato Stockler/Folha Imagem
Termofusor, aparelho usado para fundir peças de polipropileno


DA REDAÇÃO

Mais baratos, saudáveis e simples de instalar, tubos de PP (polipropileno) e de PEAD (polietileno de alta densidade) ganham terreno quando itens como preço e saúde perturbam o reinado do cobre e do PVC.
O sistema mais usado é o PVC. "É fácil de instalar", elogia Fábio Villas Bôas, 48, diretor técnico da construtora Tecnisa, que só usa PVC para água fria.
No entanto, ele é muito contestado por ambientalistas devido à toxicidade de alguns componentes. Um exemplo é a dioxina: gerada na produção, provoca disfunções hormonais.
Outro são os sais de chumbo, usados como estabilizantes. O relatório "Life Cycle Assessment of PVC and of Principal Competing Materials" (avaliação do ciclo de vida do PVC e de concorrentes), elaborado pela Comissão das Comunidades Européias, mostra emissão de 0,024 a 0,035 mg de chumbo por litro de água uma semana após a instalação do sistema.
O índice cai para até 0,016 mg após duas semanas e 0,009 após quatro. No entanto, ingerir mais de 0,015 mg/l continuamente causa problemas como retardamento físico e mental em bebês e crianças, além de transtornos renais e hipertensão, diz a EPA (www.epa.gov), agência norte-americana de proteção ambiental.
"Não quer dizer que saiu do tubo", contesta Miguel Bahiense Neto, 33, diretor-executivo do Instituto do PVC. "O estabilizante fica preso no polímero, não tem como migrar."
Em seu lugar, recomenda-se o PEAD, que também é mais barato. A instalação é diferente: tubos e conexões são unidos, pressionados e rosqueados. "É fantástico, só não foi muito popularizado ainda", avalia Márcio Augusto Araújo, consultor do Idhea (Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica), que já trabalhou com o PEAD em três obras.

Cobre muito caro
Com o preço do metro de tubo de cobre alcançando R$ 15 -o preço do cobre subiu 71% neste ano-, opções mais baratas, por metro, são o PEAD (R$ 1,30), o PP (R$ 5) e o CPVC (PVC para água quente; R$ 11,50). "Trabalhamos com cobre por muitos anos e sua durabilidade é excelente. Mas o preço virou um empecilho, então passamos a especificar o PP", relata Carlos Alberto de Moraes Borges, 45, diretor técnico da construtora Tarjab.
Para ele, outra vantagem do PP é a facilidade de instalação -as peças são fundidas após se aquecerem por alguns segundos. "É fácil. Não dá para errar."
O termofusor pode ser comprado por R$ 200 (a Acqua System empresta o aparelho para profissionais).
Já Villas Bôas, da Tecnisa, prefere o CPVC. "Acho mais fácil para a mão-de-obra, pois a instalação é igual à do PVC."


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