São Paulo, domingo, 08 de setembro de 2002

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FEHAB

Para fabricantes, o processo de industrialização dos canteiros é irreversível e em 2010 já não haverá obras com tijolos

Expo Cimento flagra o fim do artesanato

FREE-LANCE PARA A FOLHA

A 2ª edição da Expo Cimento -Feira Nacional de Produtos de Cimento- quer mostrar a flexibilidade do uso dos pré-fabricados de concreto, que vêm revolucionando os canteiros de obras.
De acordo com os agentes do mercado, antes os canteiros eram marcados pelo grande movimentação de materiais e pelo ritmo lento. Hoje, por conta dos pré-fabricados, virou terreno para obras mais limpas e produtivas.
Para demonstrar esse avanço, o estande da ABCIC (Associação Brasileira da Construção Industrializada em Concreto) terá exemplos ao vivo dos processos de montagem e desmontagem de um mezanino de 70 m2.
"Os pilares, vigas e painéis pré-fabricados de concreto serão feitos de forma acelerada -em torno de 45 minutos-, por duas vezes a cada dia da feira", conta Hugo Rodrigues, 47, gerente de comunicação da ABCP Associação Brasileira de Cimento Portland.
Para Milton Moreira Filho, 47, presidente da ABCIC, os pré-fabricados de concreto seguem a tendência mundial da industrialização, pois trazem qualidade, baixo custo e velocidade à obra.
"Hoje em dia, 30% da construção civil no Brasil é industrializada. Nos próximos oito anos, ela deixará de ser artesanal. E, finalmente, por volta de 2010, a juventude não saberá mais o que é um tijolo", diz. Segundo ele, essa edição da Fehab "é o grande marco para o início da industrialização".

Praça
Para Emílio Eugênio Auler, 42, diretor comercial da Reago, outra grande vantagem dos pré-fabricados é o planejamento da obra desde o início. "Todos os detalhes são analisados, não há desperdício."
A Expo Cimento, que neste ano vem com 12 mil m2, espaço 50% maior que o de 2001, repetirá sua principal atração, a Praça Central.
Projetada pelo paisagista Benedito Abbud, a nova versão foi totalmente reestilizada e apresentará usos exemplares de produtos de cimento e concreto em projetos de urbanização e paisagismo nas cidades brasileiras.
"Usaremos artefatos como os pavimentos intertravados, que serão aplicados nas calçadas da avenida Paulista [zona central de São Paulo"", conta Rodrigues.
Além disso, a praça deve tornar-se um ponto de encontro dos visitantes. Para os organizadores, "é um lugar agradável para se sentar, conversar, falar de negócios e reparar nos detalhes".

Casas 1.0
O evento ainda terá outras atividades, como seminários técnicos e o lançamento do manual da ABCP sobre habitações populares -chamadas pelo setor de construção civil de "casas 1.0", numa alusão ao tipo de motor que equipa os veículos "populares"-, que será distribuído para prefeituras.
Esse projeto faz parte do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H), que prevê a construção de casas populares em concreto celular ou alvenaria estrutural dentro de bairros sustentáveis, com toda a infra-estrutura de energia elétrica, água, rede coletora de esgoto, coleta de lixo seletiva, pavimentação de ruas e construção de escolas a preços acessíveis.
Segundo Rodrigues, a analogia aos carros "populares" foi proposital. "Eles tiveram amplo respaldo do governo, com juros mais baixos e financiamentos acessíveis." Para ele, a iniciativa pode reduzir o déficit habitacional do país, que é de 5,5 milhões de casas.
As inscrições para as palestras da Expo Cimento são gratuitas e podem ser feitas no site www.expocimento.com.br. (CAZ)


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