São Paulo, domingo, 08 de setembro de 2002

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TECNOHAB

Reunindo novas técnicas, Edifício Tecnológico dispensa cimento

Prédio sem tijolos subirá em 5 dias

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Espécie de evolução da Casa Contemporânea Brasileira, da edição anterior da Fehab, o Edifício Tecnológico é a principal atração da feira deste ano e do 1º Tecnohab (Salão de Tecnologia e Qualidade na Construção Civil).
Pela primeira vez na América Latina, um edifício em escala real será construído em uma feira. A iniciativa é da construtora Inpar, do Centro de Tecnologia de Edificações e do escritório Roberto Candusso Arquitetos Associados.
Segundo a arquiteta Maria Cecília Levy, 42, coordenadora do projeto e integrante da equipe de Roberto Candusso, o edifício, de 140 m2 em três pavimentos, reunirá as mais avançadas tecnologias em sistemas construtivos. "Não há um só tijolo na edificação."
O prédio será construído com estrutura metálica, mostrará as possíveis combinações com o concreto, utilizará painéis de vedação pré-fabricados, sistema de instalação de banheiros prontos que, no local, serão conectados às redes de água, esgoto e energia do prédio, paredes de gesso acartonado e soluções de controle predial, explica a arquiteta.
Segundo ela, será uma construção racionalizada, uma obra mais rápida e seca -não usa água misturada ao cimento e areia, por exemplo. Isso, posteriormente, torna mais fácil a manutenção.
Participam do empreendimento 50 empresas. "O protótipo foi construído em cinco dias. Cada uma delas fez exatamente o que estava no projeto. Houve uma perfeita integração", declara Levy. O edifício foi desmontado e será remontado na feira. "Não poderíamos correr o risco de acidentes", justifica a arquiteta.

Para convidados
A industrialização da construção chegou ao mercado nacional há três anos. Com ela, é possível construir edifícios em prazos menores -em torno de seis meses.
"Levantamos o prédio e colocamos fachadas pré-moldadas. Só depois fazemos a hidráulica e a elétrica. Ou seja, prorrogamos a descapitalização desse dinheiro, além de não trabalharmos com várias equipes simultaneamente, como na construção convencional. Quando uma entra, outra sai, o que facilita", diz Levy.
Espera-se que cerca de 100 mil pessoas visitem a Tecnohab. No entanto, para conhecer e circular pelo Edifício Tecnológico será necessário ter em mãos um dos 30 mil convites emitidos pelos organizadores -20 mil foram distribuídos entre os expositores e 10 mil pela internet.
Lá dentro, o tour segue um caminho que sai do canteiro de obras no segundo andar e desce para o primeiro, onde o visitante encontrará um apartamento de três dormitórios, sala, cozinha, dois banheiros, terraço e área de serviço e três unidades de hotel.
No térreo, estarão estocados os materiais utilizados, uma passarela e painéis de fachada. (CAZ)


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