São Paulo, domingo, 10 de maio de 2009

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Monta e remonta

Prazo para instalação de mobília deve estar previsto na nota fiscal ou no contrato

Eduardo Anizelli/Folha Imagem
A cozinha de Roberto de Souza e Grazielle Oliveira levou sete meses para ficar pronta

MARIANA DESIMONE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Um novo conjunto de armários para a cozinha ou uma cama diferente para o quarto já dão a sensação de estar em um novo cômodo.
Isso, é claro, se os móveis forem entregues na data combinada, com todas as peças e montados da maneira correta por uma pessoa treinada.
Muitas vezes não é isso o que acontece. O Procon-SP (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) registrou em 2008 mais de 1.800 queixas relativas a empresas do ramo moveleiro no Estado de São Paulo.
As razões das reclamações vão desde o desrespeito ao prazo de entrega -combinado entre as partes- até a instalação incorreta do produto.
A prevenção é o melhor a fazer frente a relatos como uma demora na entrega de 15 dias a mais que o acordado e uma cozinha que levou sete meses para ser instalada.
"Na hora da compra, exija, na nota fiscal ou no contrato, um prazo máximo para entrega e montagem", orienta Maria Christina Oliveira, técnica do Procon-SP. "É importante estar presente na hora da montagem."

Defeitos
Só depois de sete meses a estagiária Grazielle Oliveira, 26, viu a cozinha que comprou em setembro passado na Todeschini ser instalada. "Partes metálicas já estão enferrujando", diz.
"Instalaram errado várias peças: na adega, os espaços para as garrafas foram malfeitos -não cabem garrafas ali- e há partes desalinhadas. Também há módulos que não fecham direito", afirma.
Ela entrou com uma queixa no Procon-SP. Após contato da reportagem, a Todeschini marcou uma visita de um técnico a sua casa. "Na ocasião serão realizadas vistoria e avaliação das necessidades para atendimento do projeto contratado na loja", informa a assessoria de imprensa da empresa em nota à Folha.
A técnica do órgão de defesa explica que, muitas vezes, os fabricantes tentam se eximir de culpa argumentando que não respondem por problemas na montagem da loja.
"Mas o consumidor compra o mobiliário ali por causa do fabricante, que, sim, tem responsabilidade solidária por aquilo que está sendo vendido", defende Oliveira.
No caso da Todeschini, a fabricante diz que, ao receber uma reclamação via e-mail, telefone, carta ou fax, referente à comercialização de seus produtos, imediatamente entra em contato com o estabelecimento em que foi feita a venda para certificar-se de que todas as providências necessárias sejam tomadas.
A empresa diz que monitora todas as ações realizadas pela loja até que o problema seja solucionado, mantendo contato com o cliente para assegurar-se de sua satisfação.

Quebra-cabeça
Se às vezes a loja demora para entregar, há também a possibilidade de o montador levar muito tempo para conseguir juntar todas as peças de um móvel, como aconteceu com Renata Moreira, 36, especialista em informática.
Ao comprar uma cama em uma "home store", o móvel foi entregue no prazo combinado. O responsável pela montagem, porém, demorou 11 horas para solucionar o quebra-cabeça.
"Além de ligar toda hora para tirar dúvidas com o suporte dele, ainda precisou da minha ajuda, porque estava montando a cama de cabeça para baixo", conta Moreira. Ela reclama ainda da sujeira deixada pelo profissional: "Eu tinha acabado de pintar as paredes do quarto. Tive que refazer o serviço, pois ficaram marcas de mão na pintura".
Nesses casos, a técnica do Procon-SP diz que o cliente tem direito a reembolso pelos danos causados. O ideal é mandar uma carta à empresa relatando o ocorrido. "Também é importante guardar as notas fiscais", frisa.


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