São Paulo, domingo, 10 de novembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PRAGA

Dedetizar a casa não basta; é necessário conservar os cômodos limpos

Higiene põe fim à "festa" das baratas

FREE-LANCE PARA A FOLHA

A assistente social Sílvia Maria de Lima Cardoso, 50, já lançou mão das receitas mais inusitadas para se livrar das baratas que apareciam em seu apartamento.
Usou ácido bórico com cerveja nos cantos das portas ("nenhuma apareceu morta"), testou ácido bórico com cebola ("não adiantou"), distribuiu água quente em tampinhas de cerveja ("deixei dois dias, e nada"), pôs cravo nos armários ("espanta, mas elas não morrem") e contornou os armários com giz japonês ("some um pouco, mas depois elas voltam").
Exaurida, chamou uma dedetizadora, mas o resultado foi decepcionante. Decidiu, então, lavar tudo que joga no lixo, como latas de molho e vidros de maionese. "É trabalhoso, mas adianta. Estou até sentindo falta delas", brinca.
"Quanto mais higienizado for o local, menos problemas haverá com pragas", avaliza Luís Fernando Macul, 37, presidente da Aprag (Associação Paulista de Controle de Vetores e Pragas Urbanas).
Mas o administrador Luiz Cláudio dos Santos, 33, não teve tanta paciência. No condomínio em que mora, tinha problemas com baratas, formigas e cupins. Para acabar com a "festa", ele convocou uma empresa que, além da dedetização, reestruturou as lixeiras, trocou as plantas e acompanha mensalmente a situação, enviando laudos para os moradores.
"A dedetização anual não era suficiente, mas, com o controle, não tenho mais dores de cabeça", conta Santos. Os condôminos ratearam o custo de R$ 2.880.

Cupim
Só a dedetização também não resolveu o problema de um condomínio na zona sul de São Paulo. As baratas se foram, mas, ao chamar uma empresa especializada, novos "vizinhos" apareceram.
"Há cupins em duas das cinco árvores do local, que têm 80% de comprometimento", explica o zelador Maurício Bernardo da Silva, 50. "O que causa mais prejuízo é o cupim subterrâneo, que danifica a estrutura, a rede elétrica e mantas de impermeabilização ao procurar madeira para comer", conta Giddalthy Gomes, 42, gerente da empresa Inset Center.
Para ele, as iscas devem ser utilizadas em conjunto com o tratamento do solo para manter os cupins afastados do ambiente.
Na linha mais natural, a estudante Luciana Harina, 22, optou por velas de citronela e incensos para não ser incomodada por mosquitos. "Nunca fui adepta de inseticidas. Além disso, a vela é decorativa", conta Harina.
Para quem precisa recorrer a uma empresa especializada, Macul avisa que é preciso tomar "cuidado com o "Zé Bombinha'".
A Aprag estima que, em São Paulo, mais de 70% das empresas operem sem licença de funcionamento. Por isso a entidade mantém uma linha (0/xx/11/5563-5258) para que os consumidores possam tirar dúvidas. (BMF)



Texto Anterior: Praga: Táticas contra insetos acertam na mosca
Próximo Texto: Móveis: Empresa gaúcha "naturaliza" vidro
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.