São Paulo, domingo, 12 de julho de 2009

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Janela da Tranquilidade

Além de isolar o barulho, vidros podem ser térmicos e autolimpantes, mas custam até 10 vezes mais

Apu Gomes/Folha Imagem
Paulino Murilo Filho gastou R$40 mil para conferir isolamento acústico a sete janelas e uma porta de seu imóvel

DEH OLIVEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Utilizados geralmente como proteção contra chuva e vento, para fechar vãos e permitir a entrada de luz nos ambientes, os vidros, hoje em dia, desempenham funções que vão além das aplicações mais óbvias.
Controle de temperatura, filtragem de raios ultravioleta, autolimpeza e isolamento acústico estão entre as propriedades que técnicas de fabricação e tratamento atuais conferem ao produto.
Algumas das opções são mais comuns em imóveis comerciais. Um dos principais empecilhos ao uso em residenciais é o custo, que pode ser até dez vezes maior em relação ao dos vidros convencionais. Muitas lojas também desconhecem todas as possibilidades de tratamento e de aplicação do vidro.
O custo deriva da quantidade de propriedades exigidas pelo cliente, explica José Antônio Passi, diretor da Divinal Vidros. "É possível agregar uma série de características ao vidro."
Assim, tanto o comum como o temperado (se estilhaça em pequenos pedaços ao quebrar) e o laminado (não se fragmenta em cacos) recebem tratamento para isolamento acústico, conforto térmico e autolimpeza (veja preços no quadro).

Barulho
A procura por soluções que minimizem a quantidade de barulho dentro de casa é a mais frequente nos centros urbanos.
"Quando começamos no mercado, os pedidos de isolamento acústico eram divididos meio a meio entre imóveis residenciais e comerciais. Hoje os residenciais representam 75%", afirma Edison Claro de Moraes, diretor da Atenua Som, empresa especializada em isolamento acústico.
A eficiência para bloquear a passagem de som depende também da esquadria. Diferentemente da convencional, é revestida de espuma ou qualquer outro material que impeça a transmissão do ruído -o que encarece ainda mais o projeto.
Dependendo do nível e da frequência do som, é necessário instalar vidros duplos (conhecidos como insulados). Eles são separados por uma câmara de ar, o que amplifica a capacidade de isolamento acústico.

Conforto térmico
Ao filtrar raios solares, vidros que propiciam isolamento térmico permitem a entrada de luminosidade no ambiente, mas impedem a transferência de calor. "Dessa forma, há economia porque evitam a utilização de ar-condicionado", fala o arquiteto Paulo Duarte, especialista em fachadas de edifícios.
O produto com essa característica, denominado low-e, foi desenvolvido inicialmente para países frios, com a finalidade de manter aquecido o interior de prédios. Adaptado ao clima tropical, barra a entrada de calor. Em relação ao vidro convencional, o low-e apresenta uma alta de preço que chega a 1.000%.
Entre as inovações, a mais recente é a de vidros autolimpantes, conhecidos como bioclean. São revestidos de camadas de óxidos metálicos que impedem a sujeira de aderir à superfície -sua remoção ocorre até com a umidade do orvalho da noite.
"A camada facilita o descolamento da poeira", confirma Kurt Amann, professor de engenharia civil do Centro Universitário da FEI (Fundação Educacional Inaciana).


Colaborou EDSON VALENTE, da Redação


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