|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Instituto cultural sustentável brota em praça no interior de SP
Com estrutura de bambu, aquecimento ecológico, reúso de água e peças de demolição, edifício localizado em Pardinho busca certificação verde
CRISTIANE CAPUCHINHO
DA REPORTAGEM LOCAL
De longe, o design do telhado
e a cor do bambu chamam a
atenção dos pouco mais de
5.000 habitantes do município
de Pardinho, que fica 234 km a
oeste de São Paulo.
Essa construção no meio de
uma praça se destaca não só pelo desenho arrojado mas também pelo ideal de sustentabilidade. O Centro de Cultura Max
Feffer, com inauguração prevista para ontem, está pleiteando a certificação verde Leed (de
construção sustentável).
"O bambu chama a atenção
porque as pessoas não estão
acostumadas, mas é apenas um
dos elementos da construção.
Todo o prédio é sustentável",
explica a arquiteta Leiko Motomura, responsável pelo projeto.
Tudo começa no piso. A praça de cerca de 6.000 m2, cedida
pela prefeitura, teve o potencial de drenagem de água aumentado apesar do novo prédio, de mais de 700 m2.
Os passeios do terreno foram
trocados, e o desenho, modificado para aumentar a área de
terreno permeável. Também
foram feitos canais de dreno.
A água do telhado é coletada
pelos drenos, tratada e volta
para as descargas do centro
cultural. Mesmo destino tem a
água das pias, após tratamento
apropriado. Até a chamada
água negra (das bacias sanitárias) recebe tratamento e pode
ser reusada na rega do jardim.
No segundo piso, a estrutura
de bambu que apóia o telhado é
translúcida e deixa a luz entrar
até parte do térreo, onde há pé-direito duplo. Para suportar o
peso, foi trazida uma espécie
paraguaia de bambu.
Com diâmetro maior e parede mais larga, a espécie teve
sua resistência testada nos laboratórios da USP São Carlos
(Universidade de São Paulo) e
da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
Temperatura
Para dar conforto térmico
em uma região de clima quente
e seco, o telhado foi pintado de
branco. Assim, reflete parte da
energia solar e também sombreia o andar de baixo.
Durante o inverno, a solução
térmica foi criar dutos que levam ar quente às salas de longa
permanência, no térreo.
"Foi construída uma parede
de gabião [cesta de aramado
com pedras dentro] virada para
a face norte [de maior incidência solar]. Colocamos um vidro
na frente para criar uma estufa,
e o ar quente segue por tubulações", explica Motomura.
Esse ar quente flui pelo encanamento por dentro das paredes das salas, esquentando o
ambiente interno. Durante o
verão, basta fechar as tampas.
Projeto
O centro cultural, construído
pelo Instituto Jatobás, foi doado ao município. A idéia do instituto é se integrar à comunidade e ao poder público para melhorar o desenvolvimento local.
Com esse fim, "a administração do centro cultural será
coordenada por essas três instâncias", completa Luiz Alexandre Mucerino, vice-presidente do instituto.
4
edifícios já receberam
certificado Leed no Brasil
86
estão em processo de
certificação
Texto Anterior: Rede elétrica: Uso de aparelhos determina circuitos Próximo Texto: Área verde: Verão pede cuidados na hora de hidratar as plantas Índice
|