São Paulo, domingo, 24 de setembro de 2006

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Guerra aos cupins deve começar por "combate aéreo"

Arsenal inclui vela repelente, bacia de água e tela; pimenta, alho e álcool não têm efeito comprovado

DA REPORTAGEM LOCAL

Cortar o mal pela raiz -espantar as aleluias- é a medida mais simples para se prevenir contra problemas com cupins. Velas de citronela (tipo de erva repelente), por exemplo, são indicadas para esse fim.
A melhor saída, porém, é apagar as luzes. Se não for possível, a dica é colocar uma bacia com água sob a lâmpada -a luz refletida atrai os insetos.
Outra alternativa é instalar telas, mas lembre-se de que seus orifícios precisam ter um milímetro de diâmetro.
A presença de aleluias pode indicar que já há ninhos de cupins escondidos em casa, mas elas podem ter vindo da rua pela primeira vez e, nesse caso, só vão se hospedar na residência se se acasalarem e encontrarem um cantinho aconchegante para iniciar a colônia.
A espécie inimiga de instrumentos musicais, obras de arte e móveis é o cupim de madeira seca. Afeito à aridez, ele habita madeiras menos resistentes, como cedro, pinho e eucalipto.
Sua "instalação" só é revelada quando o estrago já está feito, por grânulos que muitos pensam ser pó de madeira, mas que, na verdade, são fezes.
"O cupim é asseado, faz galerias só para depositar seus excrementos. Quando estes aparecem, o interior já deve estar oco", alerta o biólogo Sérgio Bocalini, 36, da Aprag.
Peças pequenas e médias podem ser tratadas em casa, com produtos de baixa toxicidade disponíveis em lojas de materiais de construção.

Pimenta
Na hora de comprá-los, é importante conferir seu registro no Ministério da Saúde e seguir as instruções de aplicação. Outra alternativa é recorrer aos serviços de um restaurador.
A sinfonia de cupins costuma agir na surdina. Por sua experiência, o músico Henrique Autran Dourado, 53, diz acreditar que, além de fotofóbicos, eles sejam antimusicais. "Uma marca de cupim desvaloriza um instrumento", avalia.
Para proteger os seus, Dourado conta que usa pimenta vermelha. Mas a eficiência dessa solução caseira, assim como as de alho, sândalo e álcool, não tem comprovação científica, segundo o biólogo Gonzalo Lopez, 49, do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo).
Embora tenha fama de "comer" concreto, o cupim de solo se alimenta da celulose de madeira, papel e tecido.
Vindo do subsolo, ele chega ao interior da casa por frestas, como fissuras na alvenaria, passagens de cabos e conduítes e colunas entre vãos. Para dificultar seu acesso aos móveis, estes devem ficar a ao menos um palmo da parede. (DF)

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