São Paulo, domingo, 24 de outubro de 2004

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CASINHA

Aliadas a quadros, caixas e redomas, peças conquistam seu espaço

Miniatura quer deixar de ser apenas um detalhe

Fernando Moraes/Folha Imagem
COLECIONADORA A dona-de-casa Heliete Woznarowycz possui miniaturas de bonecos em um móvel na sala; no lavabo, ela pendurou vários miniespelhos

DAYANNE MIKEVIS
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Se no Egito antigo o destino das miniaturas era serem sepultadas com os mortos, hoje elas ressurgem dispostas a brigar por um lugar de destaque na decoração.
Já começam ganhando as vitrinas. A loja Tok & Stok, inspirada na coleção do museu alemão de design Vitra, produziu uma coleção de minirréplicas de seus móveis e de algumas peças clássicas.
Até as joalherias resolveram investir no filão. A H.Stern transformou jóias em diminutos objetos para compor ambientes em suas unidades, e a Vivara produz uma linha com dez miniaturas em madeira e prata, com design italiano.
As pequenas notáveis invadiram também a Casa Cor 2004. No banheiro público criado pe- la decoradora Bianka Mugnatto, 41, tomam a forma de minimulheres de diferentes personalidades que fazem fila para esperar a hora de usar o vaso sanitário.

Em casa
Elas também são valorizadas dentro de casa. "A miniatura revela uma recordação, algo que é da própria pessoa", comenta o arquiteto João Armentano, 43.
Com esse espírito, a empresária Marta Adriana Poci Cabral, 38, mandou fazer uma pequena réplica de um criado-mudo porque gostava do original, do qual já se desfez. "Mantive a miniatura, que é uma das minhas favoritas."
Mugnatto conta que um cliente fez uma cópia do avião que costuma usar para visitar fazendas e a colocou em seu escritório.
Aos poucos, as pecinhas vão deixando de morar exclusivamente em mesas de centro e cristaleiras. Para se fazerem notar, abrigam-se em quadros, caixas de acrílico, redomas e até casas de boneca.
Resta apenas um desafio: destacá-las ao máximo sem sobrecarregar o visual do ambiente. Nesse quesito, os profissionais pedem sobriedade na disposição dos itens e na escolha dos móveis.
A arquiteta Brunete Fraccaroli, 41, colecionadora de minicadeiras do museu Vitra, recomenda o uso de um móvel simples, que valorize a coleção sem concorrer com ela ou sobrecarregá-la
"O importante é dispor as peças de maneira harmônica e deixar o espaço o mais simples possível", ensina a arquiteta, que sugere uma estante de vidro sem reflexo para acomodar coleções.
A valorização não seria completa sem o uso de luzes e de es- pelhos. Dispostos corretamente, eles evitam sombras e facilitam a contemplação de todas as faces dos pequenos objetos.


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