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Para durar mais, o bambu deve ser preparado para enfrentar alguns desafios antes de entrar na estrutura da casa. O primeiro são os insetos que comem o amido da planta (como o caruncho) ou que podem atacar o material.
"As casas de bambu diferem um pouco das de madeira. Não usamos bambus autoclavados [tratamento para impregnar inseticidas] porque todas as usinas tratam o material com arsênico, veneno proibido mundialmente, em vez de boro", comenta Celinna Llerena, da Ebiobambu.
Ela conta que adota uma preparação rústica, em que o bambu seca por dois anos e recebe verniz.
"A presença do amido também dificulta o endurecimento do cimento", comenta Antonio Ludovico Beraldo, da Unicamp.
"É preciso extrai-lo fervendo o bambu por uma hora e meia ou deixando-o imerso em uma solução de cal, por 24 horas", ensina.
A segunda preocupação é uma incompatibilidade com o concreto. Por ser lisa, a planta adere pouco ao material. Para resolver o problema, Armando Lopes Moreno Junior, da Unicamp, prepara um bambu "à milanesa", com piche e areia. "Também fazemos anéis de arame farpado em volta para incrementar a aderência."
Outro problema constatado por Moreno Junior é que a gramínea absorve a água do concreto úmido enquanto seca, seu tamanho diminui e ela descola da alvenaria, o que pode fazer a estrutura ceder.
"Aplicando impermeabilizante no bambu, não tivemos mais perda de aderência." (BMF)


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