São Paulo, domingo, 26 de novembro de 2006

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Noite feliz do pinheiro começa na raiz

Se o exemplar no vaso é de árvore, e não de galho, pode-se plantá-lo no jardim após o Natal

DÉBORA FANTINI
DA REPORTAGEM LOCAL

Ainda falta um mês para o Natal, mas a época de comprar a árvore já chegou, no caso de quem prefere a versão natural.
O pinheiro dura, em média, um mês no vaso, embora simbolize a vida eterna -virou sinônimo de árvore de Natal graças à resistência de suas folhas ao rigoroso inverno alemão.
A redução da sua vida útil não tem a ver com o clima tropical -as espécies usadas gostam de sol e umidade-, mas com o número de raízes. "É comum encontrar pontas cortadas de pinheiros adultos que não estão plantadas e logo secam", alerta a paisagista Maria Dias, 33.
Exemplares com raiz têm mais chance de sobreviver até o Natal. Na compra, confira a base. Se o objetivo for cultivar o pinheiro depois, escolha um "sangrado" ou que tiver "pega".
Os jargões indicam que mais raízes foram poupadas. Dica: quanto maior o torrão de terra, maior a quantidade de raízes.
Pinheirinhos natalinos, em forma de cone, são vendidos até em supermercados e na rua. Mas paisagistas sugerem a Ceagesp e as floriculturas. A primeira (veja endereço na página 2) tem preços menores: a partir de R$ 40, com 1,5 m, altura mais procurada.
Ao contrário das árvores artificiais, ciprestes e tuias não podem ser armados em qualquer canto da sala. O ideal é colocá-los onde bata sol.
"Antes de decorar, borrife a folhagem com uma mistura de água e óleo mineral -uma colher de óleo para um litro de água-, para protegê-la do pisca-pisca, que pode queimar as folhas", orienta a paisagista Jeane Calderan, 48.
Enfeites pendurados, os cuidados prosseguem com a rega, mas sem exagero. "Verifique, com as mãos, a superfície da terra e molhe sempre que estiver levemente seca", ensina a paisagista Maria Dias.

Cheiro
Se a tuia secar antes da ceia, a dica da paisagista e decoradora Andréa Mathias, dona do ateliê Flor da Villa, é "nevá-la ou dourá-la" com sprays especiais.
Mesmo com todos os cuidados que uma árvore natural exige, a pedagoga Maria Cecília Bianchi, 62, nunca se rendeu às artificiais. "Assim que coloco o pinheiro dentro de casa, fica um cheiro de Natal", justifica. Ela costuma comprá-lo na primeira semana de dezembro.
O prazo de duração é o Dia de Reis (6 de janeiro), data da desmontagem da decoração, quando as árvores naturais passam a enfeitar as lixeiras nas ruas.
Mas nem todas têm destino pouco festivo. Uma das árvores de Natal do jornalista José Fernando Álvares, 55, hoje enfeita o jardim de sua casa.
Para ele, a espécie tem de ser verde -há tuias azuladas e douradas-, seguindo a tradição, "ainda que importada". "A magia simbólica é insubstituível."
Andréa Mathias afirma que a substituição dos pinheiros por árvores tropicais é dificilmente aceita: "O clima natalino é simbólico. Decoração que foge ao tradicional é para vitrine".


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