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DESPERDÍCIOS NA CONSTRUÇÃO
No mercado informal, que não é especializado, perdas são maiores
Gastos extras inviabilizam trabalho
DA REPORTAGEM LOCAL
Se o desperdício gera prejuízo
aos grandes empreendedores, a
ameaça é ainda maior para o pequeno construtor. Sem informação ou planejamento, muitas pessoas têm até mesmo a conclusão
do seu projeto inviabilizada por
perdas e gastos desnecessários.
"A média de 5% do investimento desperdiçado não corresponde
à realidade do mercado informal,
responsável por metade das construções dos centros urbanos. Nesse cenário, a perda de material é
muito maior", comenta Ubiraci
Espinelli Lemes de Souza.
Entenda-se por mercado informal construções e reformas realizadas sem interferência de empresas especializadas. Imagine,
por exemplo, uma construção orçada em R$ 80 mil. Desperdiçar
10% do investimento significaria,
nesse caso, jogar fora R$ 8.000.
"No olho"
Na opinião do engenheiro Fabiano Poloni, da Fazer Construções, a falta de planejamento é o
principal agente causador de gastos desnecessários. Ele ressalta
que a prática de "construir no
olho", sem qualquer quantificação, sempre significa estragos.
"É preciso planejar a obra, definindo o que vai ser feito; planejar
as compras para que só se adquira
o necessário e não se perca material; e, finalmente, planejar o canteiro para o armazenamento e o
deslocamento local. Com isso,
evita-se 70% das perdas."
O profissional ensina ainda que
a organização do canteiro tem papel fundamental no controle do
desperdício. "O espaço deve ser
pensado de maneira definitiva,
desde o início do trabalho. O ideal
é estabelecer os trechos de passagem e o local de armazenamento,
sem mudá-los de lugar depois."
O critério na hora de selecionar
os operários que irão executar o
projeto é fundamental. A falta de
profissionais qualificados pode
comprometer o planejamento e
causar surpresas desagradáveis,
dizem os especialistas.
"A mão-de-obra escolhida terá
bastante influência no processo,
por isso é indispensável estar trabalhando com pessoal de confiança. Vale checar referências,
conversar com empregadores anteriores e visitar trabalhos executados", sugere o professor Lemes
de Souza.
Ele enfatiza que a experiência
do operário é o que vai definir, na
prática, o manuseio do material
adquirido para a obra, colaborando para o bom aproveitamento.
Fábio Filho, da Concima, afirma
que oferecer treinamento padronizado aos operários reduz problemas na obra. "O pessoal deve
receber orientações precisas sobre a maneira ideal de trabalhar."
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