São Paulo, domingo, 30 de junho de 2002

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Mercado oferece, entre outras, telhas cerâmicas, de fibrocimento, de concreto, de madeira e do sistema "shingle"

Falta teto para tamanha variedade

Divulgação


TECNOLOGIA
No alto, casa coberta pelo sistema "shingle'; no meio, construção feita com telhas de madeira da Battistella; abaixo, a opção foi o aço galvanizado termoacústico, que pode receber recheio de poliestireno expandido ou de poliuretano

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Como a criatividade das fábricas de telhas parece ilimitada, o negócio é buscar critérios que limitem o campo de escolha. Algumas telhas podem ter melhor encaixe, o que ajuda na estanqueidade, ou maior resistência ao peso.
"O telhado tem de ser visto como um sistema, um conjunto de soluções que podem garantir a proteção da construção", afirma o professor da Poli-USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo) Vanderley John.
E é como um sistema que a cobertura do tipo "shingle" (pronuncia-se "chingol") quer brigar no mercado com as tradicionais telhas de barro e de concreto.
Trata-se de uma manta asfáltica instalada sobre uma subcobertura e fixada em um tipo de compensado, que vai acima da estrutura de madeira. O desempenho térmico e a estanqueidade são garantidos pela subcobertura que o sistema exige. O calcanhar-de-aquiles é o preço: só a telha custa a partir de R$ 25. O m2 do sistema instalado sai por volta de R$ 120.

Modelo básico
Tradicionais, as telhas cerâmicas aliam beleza e proteção térmica como seus principais trunfos.
Fábio Laurenti, sócio da Cerâmica Santo André, ensina que as peças devem ter baixo índice de absorção de água. "A ABNT [Associação Brasileira de Normas Técnicas" especifica que a absorção não pode ser maior que 18%, e tem gente que vende com 25%. Os resultados são mofo e até apodrecimento da madeira."
Além disso, um problema é a falta de uniformidade. "Como em um mesmo lote os tamanhos não são uniformes, sobram frestas na instalação, por onde entra água", conta Alfredo Lobo, diretor da qualidade no Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial).
Por sua vez, as telhas de concreto têm como chamariz a resistência. "Pode dar um baile em cima", brinca Cláudio Soares, diretor de marketing da Lafarge. Mas, além dos preços, mais elevados que os das de cerâmica, seu desempenho térmico pode deixar a desejar.
"A diferença de temperatura entre as cerâmicas e as de concreto é muito pequena e some com um bom forro. Mas, sem ele, telhas de concreto pintadas de cores escuras deixam a casa mais quente", afirma a pesquisadora do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) Maria Akutsu.
Por fim, há as telhas de fibrocimento, que, em São Paulo, não podem mais ser utilizadas caso contenham amianto (mineral perigoso para a saúde dos trabalhadores). Com ou sem o elemento, elas apresentam boa vedação e cobrem vãos maiores na estrutura. (ANDREA MIRAMONTES)


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