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Ex-PM é preso suspeito de matar travesti

Considerado 'O Matador de Travestis', ele foi acusado de assassinar mais uma vítima após passar 18 anos preso

Considerado pela polícia um matador em série, ele é um dos réus no processo sobre o massacre do Carandiru

ANDRÉ CARAMANTE
DE SÃO PAULO

Considerado pelas autoridades um matador em série de travestis, o ex-soldado da Polícia Militar Cirineu Carlos Letang Silva, 47, foi preso novamente ontem acusado de matar mais um travesti.

Depois de ficar quase 18 anos preso (no regime fechado e no semiaberto) como parte de uma pena de 40 anos pela morte de três travestis, Silva saiu da prisão em 16 de março deste ano.

Apenas 72 dias após sua libertação da prisão, Silva, segundo o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), da Polícia Civil, matou Alisson Pereira Cabral dos Anjos, 25.

Travesti que se prostituía na rua Doutor Edgar Teotônio Santana, no bairro da Barra Funda (zona oeste de SP), Alisson foi morto com um tiro na cabeça.

À Polícia Civil, nas duas vezes em que foi interrogado sobre o crime, Silva negou o crime. Seu advogado de defesa não foi localizado ontem pela reportagem. Segundo o DHPP, duas testemunhas do crime já reconheceram Silva como o assassino de Alisson.

MORTES NO CARANDIRU

Na crônica policial paulistana, Silva, um ex-integrante da Rota (espécie de tropa de elite da PM paulista), ficou famoso ao ser chamado de "O Matador de Travestis".

O ex-PM também é um dos 116 réus no processo sobre o massacre dos 111 presos no pavilhão 9 da Casa de Detenção de São Paulo, no Carandiru (zona norte), cometido pela PM em 2 de outubro de 1992. O então soldado era da equipe da PM que invadiu o terceiro pavimento do pavilhão 9, onde foram mortos 78 dos 111 presos.

Silva foi condenado a 40 anos de prisão pelas mortes de três travestis na capital, todas ocorridas cinco meses após o massacre.

Morador do bairro do Imirim (zona norte), casado e pai, o ex-soldado também chegou a ser acusado pela morte de outros três travestis, mas não foi condenado.

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