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TRANSPORTE
Obras dos corredores de ônibus São João-Lapa e Lapa-Pirituba, que ligarão o centro à zona norte, custarão R$ 59 mi
Corredores dão início a mudança de sistema
DAGUITO RODRIGUES
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo já iniciou a implantação do novo sistema de transporte municipal
-que está previsto para começar
a funcionar em julho deste ano.
Os corredores de ônibus São
João-Lapa e Lapa-Pirituba, que ligarão o centro à zona norte de São
Paulo e cujas obras devem acabar
no primeiro semestre, serão linhas estruturais no novo modelo.
"O projeto desses corredores é
de 1997, mas ele foi adaptado para
o funcionamento da nova rede",
disse Pedro Nagao, chefe da assessoria técnica da Secretaria dos
Transportes. Ele disse que as
adaptações melhoraram a integração entre os corredores. A
obra custará R$ 59 milhões ao
município, segundo a secretaria.
O novo modelo divide a cidade
em linhas estruturais -que serão
operadas pelas empresas de ônibus e ligarão os bairros ao centro- e linhas locais, que serão
operadas por perueiros e motoristas autônomos, que farão trajetos curtos nos bairros, com tarifa
inferior à das linhas estruturais.
Apesar de serem dois corredores de ônibus distintos, na prática
eles vão funcionar como um eixo.
O São João-Lapa, de 7,6 km, ligará
a praça da República, no centro,
ao terminal Lapa, que está sendo
construído na praça Miguel Dell'Erba, no bairro da zona oeste da
cidade. O Lapa-Pirituba, com 7,4
km de extensão, liga o terminal
Lapa ao terminal Pirituba, a ser
inaugurado na rua Arcangélica.
Ambos os corredores são considerados "corredores mistos", já
que parte do trajeto terá pista exclusiva para ônibus à esquerda,
margeando o canteiro central das
avenidas, e parte à direita. No entanto, o maior trecho é de pistas
exclusivas à esquerda.
"Serão mais parecidos com o
corredor Vila Nova Cachoeirinha
do que com o da Nove de Julho-Santo Amaro", disse Nagao.
Segundo a CET (Companhia de
Engenharia de Tráfego), circulam
hoje na avenida São João cerca de
1.350 veículos por hora, dos quais
185 são ônibus. Após a inauguração do corredor, esse número deve cair para 50 ônibus por hora.
"O novo sistema de transporte
prevê menos ônibus, mas com
maior capacidade de passageiros", explicou Nagao. Nos corredores deverão circular ônibus articulados e biarticulados, que levam mais pessoas que os comuns.
Atualmente, a velocidade média
nos corredores de ônibus da cidade é de 23 km/h. Nagao disse que
trabalha com a expectativa de o
novo corredor ter velocidade média de 20 km/h.
Os pontos de ônibus serão padronizados. Todos devem ter
banco, lata de lixo, telefone público, mapa dos arredores e iluminação própria. As calçadas também
serão padronizadas, com ladrilho
hidráulico formando quadrados
desenhados no piso, criando uma
identidade própria ao corredor.
Na pista em frente aos pontos,
não será utilizado asfalto comum.
De acordo com a secretaria, esses
locais receberão retângulos grandes de concreto, pois, como são
áreas de maior aceleração e freagem dos ônibus, elas são desgastadas com maior facilidade.
Nagao disse que o concreto é
dez vezes mais caro que o asfalto,
mas tem duração maior. "Ficaria
caro fazer todo o corredor com
concreto." Ele disse que o asfalto
dos dois corredores deve durar
cerca de dois anos e meio.
Paisagem
A prefeitura também pretende
melhorar a paisagem urbana das
avenidas por onde os corredores
passarão. "Vamos melhorar o visual geral da área, mas isso não
depende só do poder público",
explicou Nagao.
O corredor de Pirituba deverá
receber tratamento paisagístico
melhor, com plantio de árvores
nos canteiros centrais. Já no da
São João, árvores serão plantadas
em locais pontuais, já que os canteiros centrais são estreitos. A avenida General Olímpio da Silveira,
por exemplo, que passa sob o elevado Costa e Silva, o Minhocão,
terá nova iluminação. As colunas
do elevado serão decoradas.
A prefeitura ainda não tem uma
estimativa de quantos passageiros
usarão os corredores por dia. "Estamos estudando quantas linhas
funcionarão nesses corredores."
A secretaria informou que há
planos a longo prazo para a instalação de ônibus elétricos.
Obras
A CET e a secretaria informaram que não prevêem grandes
impactos para o trânsito da cidade durante as obras. As avenidas
não deverão ser totalmente interditadas, apenas algumas faixas serão fechadas, como acontece
atualmente na São João. As transversais das avenidas tampouco
deverão sofrer mudanças.
Além dos dois terminais, serão
construídas duas Estações de
Transferência (terminais menores), uma em cada corredor.
A prefeitura também começou
a construção do corredor de ônibus Guarapiranga, que deverá ligar o terminal Santo Amaro ao futuro terminal Jardim Ângela. Serão 8,4 km de corredor, que deve
ser inaugurado no segundo semestre deste ano.
Outros projetos para o ano são a
inauguração do primeiro trecho
do Paulistão (antigo Fura-fila), ligando o Sacomã (zona sul) ao
parque Dom Pedro (centro). Para
2004, a prefeitura quer inaugurar
o segundo trecho do sistema, da
Vila Prudente a São Mateus (ambos na zona leste), e construir corredores de ônibus em Sapopemba
(leste) e na avenida 23 de Maio.
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